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Trump e o corte de gastos na área da saúde: qual o real impacto?

Medida pode trazer danos irreparáveis à ciência, levando a um progresso mais lento na entrega de avanços que salvam vidas

Por Renato de Ávila Kfouri*
5 mar 2025, 08h00

Desde o início do governo Donald Trump, cortes e medidas rigorosas têm impactado a ciência nos Estados Unidos e no mundo. O país é o maior produtor de pesquisas na área da saúde, o que traz potencial de gerar um importante impacto mundial. Recentemente, o Instituto Nacional de Saúde (NIH), principal financiador desses estudos, sofreu um corte bilionário.

A medida afeta a pesquisa, o atendimento a pacientes, os empregos e até as universidades. Embora tenha sido revertida na Justiça, pesquisadores do país relatam um cenário de incertezas. Todas essas ações podem trazer danos irreparáveis à ciência, obrigando instituições a desacelerar suas atividades de pesquisa, levando a uma redução no número de ensaios clínicos, menos descobertas fundamentais e um progresso mais lento na entrega de avanços que salvam vidas.

Os cortes não se limitam à pesquisa, mas afetam outra área crucial na luta pela redução das desigualdades no mundo. Entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Americana para Desenvolvimento Internacional (USAID) sofreram cortes que inviabilizam muitas das suas ações.

Além de argumentos fiscais, a ordem executiva assinada por Trump menciona também a má gestão da pandemia da Covid-19 e de outras crises globais de saúde pela OMS, sua falha em adotar reformas urgentemente necessárias e sua incapacidade de demonstrar independência da influência política inapropriada dos estados-membros da organização.

Organismos multilaterais, embora tenham pouca força política, são cruciais na construção de um mundo mais harmônico. O impacto também poderá ser sentido na ajuda humanitária, no combate às endemias, na vigilância e prevenção de doenças e principalmente, no auxílio a países de baixo ingresso econômico.

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O fato de os Estados Unidos saírem de organismos com a OMS pode estimular outros países, cujos líderes tenham aproximação a Trump, a saírem também. A Argentina já seguiu esse caminho. Isso pode gerar um efeito em cadeia afetando a população mais pobre do planeta. A China pode ocupar esse vácuo no domínio tecnológico na área da saúde, já que tem uma capacidade técnica e econômica bem demonstrada durante a pandemia de covid-19.

O mundo espera que os Estados Unidos reconsiderem sua posição, para o bem dos americanos e de todas as nações do mundo.

* Renato de Ávila Kfouri é médico pediatra infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

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