Eu vacino, tu vacinas e nós nos protegemos
Vacina-se não somente para proteção individual, vacina-se por todos. É sobre a coletividade e a cidadania
Talvez uma das principais lições que a pandemia possa ter nos deixado é o papel que a adoção de medidas de proteção coletiva, como uso de máscaras e distanciamento, teve no enfrentamento da Covid-19. Ficou claro que, se somarmos esforços, o resultado seria ainda melhor.
Ao usarmos máscara, protegemos a nós, aqueles com quem convivemos e até estranhos, principalmente em ambientes onde o distanciamento é inevitável. Medidas simples que trazem resultados extraordinários.
Um ajudando a proteger o outro, especialmente aqueles mais vulneráveis, que muitas vezes, por sua saúde fragilizada, idade, ou mesmo condições de trabalho, como os profissionais da saúde, dependem sua saúde, também da ação de todos.
Solidariedade, cooperação, foram sentimentos que vivenciamos em tão duro momento da saúde pública mundial.
Com as vacinas não foi diferente. Aprendemos que, quanto maior o número de vacinados em nossa cidade, estado, país e até globalmente, mais seguros todos estaremos. O conceito de proteção indireta das vacinas é bem conhecido, mas ganhou proporções globais nessa pandemia.
Foi através de extensos programas de vacinação que erradicamos a varíola, eliminamos o sarampo, a poliomielite, a rubéola e o tétano materno e neonatal. Controlamos a coqueluche, difteria, meningites e tantas outras doenças.
Embora as vacinas contra Covid-19 não sejam altamente eficazes na eliminação da transmissão, sabemos que o risco de alguém vacinado transmitir a doença é muito menor do que aqueles não vacinados.
Alguns indivíduos respondem de forma precária às vacinas, justamente aqueles que maior risco têm de desenvolver formas graves da doença. O mesmo motivo que os torna mais vulneráveis os faz piores respondedores aos imunizantes.
Idosos e imunocomprometidos (portadores de câncer, do vírus HIV, transplantados, usuários de medicamentos imunossupressores, pacientes em hemodiálise, entre outros) sabidamente respondem mal às vacinas e contam com a imunização daqueles que o cercam para não adoecer. Para esses, outras estratégias de abordagem, com medicamentos e anticorpos artificiais, precisam ser urgentemente adotadas para o manejo adequado da doença.
Outro aspecto que não podemos negligenciar é que, ao reduzirmos o número de casos, diminuímos também o risco do surgimento de novas variantes do coronavírus, e assim, todos ficam mais seguros.
Vacina-se não somente para proteção individual, vacina-se por todos. É sobre a coletividade, sobre cidadania, é disso que estamos falando!