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Escoliose: deformações e desconfortos na coluna podem ser resultado dela

No mês dedicado à conscientização sobre o problema, especialista elucida suas causas e tratamentos

Por Daniel Oliveira*
Atualizado em 15 Maio 2024, 23h46 - Publicado em 19 jun 2023, 11h19

A escoliose é uma condição que afeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2% a 3% da população. Ou seja, são milhões de brasileiros convivendo com ela.

Desde 2013, realizamos em junho uma campanha para disseminar informações a fim de promover a detecção precoce do problema, a chave para um diagnóstico assertivo e o início de um tratamento que interrompa a progressão da curvatura da coluna vertebral, a principal característica do quadro. Isso é essencial para trazer mais qualidade de vida a quem sofre com ele.

A escoliose é uma uma deformidade tridimensional da coluna vertebral, marcada por curvaturas laterais anormais no formato de C ou S. Vale pontuar que ela de nada tem a ver com a má postura ou atividades cotidianas.

A maioria dos casos é idiopática, ou seja, não há uma causa específica, e tanto fatores genéticos quanto ambientais desempenham um papel importante no seu desenvolvimento.

Apesar de poder atingir pessoas de todas as idades, ela é mais comum no final da infância e início da adolescência, momento de mudanças no corpo e quando ocorre um crescimento muito acelerado, sendo que meninas têm maior probabilidade de apresentar o problema.

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Os principais sintomas variam de acordo com o grau da escoliose e podem incluir ombros desiguais, assimetria da caixa torácica, desnivelamento da pélvis e inclinação lateral da coluna, aumento unilateral das costelas e desconforto muscular.

Em alguns casos, é possível perceber essa curvatura a olho nu, mas, muitas vezes, pode passar despercebida e sem nenhum tipo de incômodo inicialmente. Com o tempo, porém, dores podem surgir.

+ LEIA TAMBÉM: Dor nas costas compromete produtividade no trabalho

Para ter um diagnóstico preciso, é fundamental procurar por um médico e realizar tanto o exame físico detalhado quanto a análise do histórico clínico e de exames de radiografia da coluna. Só assim é possível determinar qual a gravidade da escoliose a partir do tamanho da curvatura e, assim, entender qual o tratamento mais propício, que pode variar também de acordo com a idade.

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Em casos leves, não raro o acompanhamento regular, bem como exercícios físicos e sessões de fisioterapia, é o suficiente. Já naqueles em que a curvatura da coluna está entre moderada e grave, faz-se uso de coletes ortopédicos em torno de 20 a 24 horas por dia, sendo remodelado a cada quatro meses durante o período de pico de crescimento e a cada seis meses após esse período, como forma de controlar a progressão do quadro.

Em casos mais graves, quando há presença de curvatura acima de 50 graus, é necessário recorrer à cirurgia para evitar a evolução da doença e para que órgãos ao redor não sejam comprometidos.

O procedimento é conhecido como artrodese e, nele, é feita a fusão espinhal. Para realizá-lo, o paciente recebe anestesia geral e são inseridos enxertos entre os ossos afetados para estimular essa fusão, utilizando-se pinos e estruturas metálicas. A recuperação é longa, mas os resultados a justificam.

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A escoliose tem cura! E mais do que isso: quanto antes for diagnosticada, maiores são as chances de reverter seus danos.

* Daniel Oliveira é ortopedista especialista em coluna vertebral e diretor do NOT – Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte.

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