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De vitamina C a ômega-3: nutrientes e suplementos em prol da saúde ocular

Substâncias encontradas na dieta e oferecidas por suplementos específicos podem ajudar a contornar condições que vão de olho seco a degeneração macular

Por Tiago César Pereira Ferreira*
24 mar 2025, 10h13

A saúde ocular depende de diversos fatores, incluindo predisposição genética, exposição a agentes ambientais e hábitos alimentares. Entre esses fatores, a nutrição desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças oftalmológicas e na manutenção da integridade das estruturas oculares.

Nesse contexto, a suplementação de determinados nutrientes tem sido amplamente estudada como uma estratégia complementar para reduzir o risco de patologias como degeneração macular relacionada à idade (DMRI), síndrome do olho seco e fadiga ocular.

Entre os compostos mais relevantes para a saúde dos olhos, a luteína e a zeaxantina se destacam. Esses carotenoides estão presentes na mácula, região central da retina responsável pela visão detalhada, e atuam como filtros naturais da luz azul, além de possuírem propriedades antioxidantes.

Estudos demonstram que uma dieta rica nesses nutrientes pode reduzir o risco de DMRI e melhorar a função visual em indivíduos predispostos. As principais fontes alimentares incluem vegetais de folhas verdes, gema de ovo e milho. No entanto, a suplementação tem sido recomendada em casos específicos, especialmente em idosos ou pessoas com baixa ingestão desses alimentos.

Os ácidos graxos ômega-3, particularmente o ácido docosa-hexaenoico (DHA) e o ácido eicosapentaenoico (EPA), desempenham um papel essencial na estrutura das membranas celulares da retina e na modulação de processos inflamatórios. A ingestão adequada desses nutrientes tem sido associada à melhora dos sintomas da síndrome do olho seco, condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

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Fontes naturais incluem peixes de água fria, como salmão e sardinha, além de sementes de linhaça e chia. Em casos em que o consumo desses alimentos é insuficiente, a suplementação pode ser indicada para garantir a manutenção da função lacrimal.

As vitaminas de ação antioxidante também desempenham um papel relevante na proteção da saúde ocular. A vitamina C, encontrada em frutas cítricas, e a vitamina E, presente em nozes e azeite de oliva, atuam na neutralização dos radicais livres, reduzindo o estresse oxidativo, um dos fatores envolvidos no envelhecimento celular e na progressão da DMRI e da catarata.

O zinco, um mineral essencial para o metabolismo da retina, está envolvido na conversão da vitamina A em sua forma ativa, além de participar da defesa antioxidante ocular. As principais fontes alimentares incluem carnes, frutos do mar e leguminosas, e a suplementação pode ser necessária em indivíduos com deficiência diagnosticada.

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A vitamina A é outro nutriente fundamental para a visão. Sua deficiência está associada a problemas como a cegueira noturna e alterações na superfície ocular. O betacaroteno, precursor da vitamina A, pode ser encontrado em alimentos como cenoura, batata-doce e manga. No entanto, o uso excessivo de suplementos dessa vitamina deve ser evitado, pois doses elevadas podem resultar em efeitos adversos, incluindo toxicidade hepática.

Recentemente, a vitamina D tem despertado interesse na oftalmologia devido ao seu potencial efeito anti-inflamatório. Evidências científicas sugerem que a deficiência desse nutriente pode estar relacionada a um maior risco de doenças inflamatórias oculares e ao agravamento da síndrome do olho seco. Como a principal fonte de vitamina D é a exposição solar, indivíduos com pouca exposição à luz natural podem necessitar de suplementação para atingir níveis adequados.

A suplementação específica para condições oftalmológicas tem sido amplamente estudada. No caso da DMRI, um estudo demonstrou que a combinação de luteína, zeaxantina, vitaminas C e E, zinco e cobre pode retardar a progressão da doença em estágios avançados.

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Para a síndrome do olho seco, suplementos à base de ômega-3 têm mostrado benefícios na melhoria da qualidade da lágrima e na redução da inflamação ocular. Já em indivíduos submetidos a longos períodos de exposição a telas, a suplementação com luteína e zeaxantina pode contribuir para a redução da fadiga ocular e da exposição à luz azul.

Embora a suplementação possa ser um recurso útil na manutenção da saúde ocular, seu uso deve ser baseado em necessidades individuais e orientado por profissionais de saúde. O consumo indiscriminado de vitaminas e minerais pode resultar em efeitos adversos e interações medicamentosas.

A melhor estratégia para preservar a visão ao longo da vida continua sendo a adoção de uma dieta equilibrada, aliada a exames oftalmológicos regulares para a detecção precoce de possíveis alterações.

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* Tiago César Pereira Ferreira é oftalmologista especialista em cirurgia refrativa, catarata, lentes de contato e ceratocone, preceptor cirúrgico do Serviço de Oftalmologia do Instituto de Olhos Ciências Médicas, em Belo Horizonte

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