Aí sim, companheiro!
Foi com Lula que, pela primeira vez, os negros chegaram em levas aos postos de primeiro escalão do governo
Como já fizera nos governos anteriores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirma e reafirma seu compromisso com o respeito e a valorização do negro brasileiro.
Foi com ele que pela primeira vez os negros chegaram em levas aos postos de primeiro escalão do governo, foi com ele que pela primeira vez na história da América do Sul um negro chegou na cadeira e na presidência da Suprema Corte de Justiça. Gilberto Gil, Benedita da Silva, Marina Silva, Matilde Ribeiro, Orlando Silva, Elói Ferreira, Edson Santos e Joaquim Barbosa abriram as portas de acolhimento dos negros para dentro da República cem anos depois da abolição.
Com Lula, foram criados o primeiro ministério da igualdade racial, a primeira universidade internacional para os negros dos países africanos, e foram criados e instituídos, sobretudo, a cota para negros nas universidades públicas e o embrião das cotas no serviço público e o Estatuto da Igualdade Racial. Não foi tudo, mas foi a maior realização de inclusão e empoderamento do negro de que se tem registro na história do Brasil e da maioria dos países do mundo.
Com Lula os negros foram alçados ao poder, os países africanos e da América do Sul foram tratados com respeito e consideração e passaram a integrar o arco de alianças e interesses estratégicos e de cooperação.
Agora, quando anuncia o retorno do Ministério de Igualdade Racial e nomeia os ministros negros Margarete Menezes, na Cultura, Silvio Almeida nos Direitos Humanos, Anielle Franco na Igualdade Racial, Luciana Santos, na Ciência e Tecnologia, e seguramente Marina Silva no Meio Ambiente, novamente Lula extrapola o nível do seu compromisso com a inclusão, a valorização e o empoderamento do negro na cena social e política brasileira.
Além de serem quadros jovens, qualificados e de extremada competência, todos os indicados têm luz própria, grande representação comunitária, capacidade de articulação e gestão e sobretudo compromisso com a agenda progressista. E, melhor ainda, comprometimento com a agenda do enfrentamento ao racismo, combate à discriminação e construção de um ambiente social em que todos tenham oportunidades e tratamentos iguais.
E o presidente, além de dizer o que veio, acerta em cheio. No momento em que as desigualdades de toda natureza beiram ao escárnio e em que a exclusão do povo e da maioria beira as raias da segregação, era indispensável acenar a bandeira branca da paz, tolerância e da concórdia. Era necessário despolarizar e desconflituar as relações, sinalizar para toda a nação que o governo é e será de todos os brasileiros e que todas as agendas serão contempladas e terão acolhimento na mesa dos debates e da construção das decisões políticas governamentais. E, se os negros são a maioria dos brasileiros, era inderrogável sua presença equitativa nos ambientes de poder e do governo.
Como dizem as máximas: com racismo não há democracia, e não basta não ser racista, é preciso ser antirracista, o presidente Lula repete, confirma e reconfirma a palavra empenhada, reconhece o poder do voto e a contribuição dos negros para sua vitoriosa eleição e, sobretudo, demonstra de forma cabal sua obsessão por tornar o Brasil um país plural, democrático, diverso e justo, no qual as oportunidades e acessos sejam disponibilizados de forma igualitária para todos.
Para um governo desse quilate, eu – e certamente os demais negros e os sedentos de justiça – tiro o chapéu para dizer: Aí sim, companheiro!