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Viagra fragilizou candidatura de Braga Netto a vice de Bolsonaro

Lista de compras governamentais ganhou moldura burlesca com os 35 mil comprimidos comprados para as Forças Armadas na gestão Braga Netto na Defesa

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 abr 2022, 08h08 - Publicado em 13 abr 2022, 08h00

Jair Bolsonaro e líderes dos partidos que o apoiam ainda não chegaram a um acordo sobre a candidatura à vice-presidência na disputa pela reeleição.

Bolsonaro quer um general aposentado, e não perde oportunidade de citar Walter Braga Netto, que entrou no Partido Liberal e trocou o posto de ministro da Defesa pelo crachá de “assessor especial” da presidência à espera da indicação.

Líderes dos partidos Progressistas (PP), Liberal (PL) e Republicanos (PR) tentam convencer Bolsonaro a escolher um civil, profissional da política e com capacidade de agregar segmentos do eleitorado muito além dos muros dos quartéis.

O impasse tem levado o candidato do PL a repetir em público que há “90% de chance” do ex-ministro ser o seu candidato a vice-presidente.

O problema está nos “10%” de desentendimentos. Eles se multiplicaram na esteira das exóticas compras militares garimpadas pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO) no estuário de licitações divulgadas no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal.

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Com Braga Netto no Ministério da Defesa as Forças Armadas compraram 35.320 comprimidos de Viagra. As dosagens encomendadas (25 e 50 miligramas) são incomuns em terapia de hipertensão pulmonar mas adequadas à disfunção erétil.

A maior parte (97,7%) da carga farmacêutica foi destinada à Marinha, onde a maioria do efetivo (69 mil praças e 11 mil oficiais), certamente, não precisa.

O governo Bolsonaro preserva a herança de estranhos hábitos de consumo. Gasta R$ 32 milhões por ano em pizza e refrigerante; R$ 2,2 milhões em chicletes, e, R$ 1 milhão em pipoca, entre outros.

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Se a lista de compras governamentais já era extravagante, ganhou moldura burlesca com os estimulantes na farmácia das Forças Armadas durante a gestão Braga Netto na Defesa.

Ontem, em Brasília, a vulnerabilidade da candidatura do general aposentado à vice de Bolsonaro era celebrada por seus adversários no governo, nos partidos que conduzem a campanha de reeleição e, também, pela oposição no Congresso.

Avançam entendimentos sobre investigações na Câmara e no Senado. E não só pelos comprimidos de Viagra. Incluem, também, decisões consideradas questionáveis na sua passagem pela segurança pública no Rio (no governo Michel Temer), pelo Estado Maior do Exército e pela Casa Civil de Bolsonaro, no primeiro ano da pandemia, antes de ocupar a Defesa. Braga Netto está em campo minado.

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