Vem aí o mercado turbinado dos negócios com calote
Aprovada na Câmara, PEC cria mercado de dívidas federais não pagas para uso em privatizações e até no saldo de calote privado com a Previdência
Aprovada ontem pela Câmara, a proposta de emenda constitucional que estabelece o calote nas dívidas judiciais (precatórios) chega hoje ao Senado onde há grande resistência.
Entre outros aspectos polêmicos, está na ampliação exponencial do mercado de títulos de dívidas federais não pagas.
A PEC do calote prevê a possibilidade de conversão desses papéis em moeda para uso, pelo valor de face, em privatizações, como as da Eletrobras e dos Correios; nas concessões de serviços públicos; em outorgas e compras de direitos na área de energia (petróleo e gás); nos leilões de imóveis oficiais; e, até no saldo de calotes privados — por exemplo, na Previdência Social.
Não há estimativas críveis sobre a escala de negócios possíveis, mas há quem acredite que mercado turbinado pode operar na faixa de R$ 20 bilhões por ano.