União Brasil, MDB e PSDB planejam disputar o controle do Congresso
Objetivo dos líderes é organizar, sob qualquer formato, uma força parlamentar capaz de se contrapor ao Centrão que hoje predomina na Câmara e no Senado
Um partido com o controle de 29% do plenário da Câmara, pelo voto de 149 deputados, e de 35% do Senado, com 29 senadores.
No caixa, R$ 1,7 bilhão para financiar seus candidatos na eleição deste ano — fatia equivalente a 36% do volume de dinheiro público destinado ao fundo eleitoral (R$ 4,9 bilhões).
Esse seria o resultado da aliança imaginada pelos presidentes do União Brasil (fusão do PSL e DEM), do MDB e do PSDB.
Combinaram iniciar negociações depois de amanhã em Brasília. Se vai dar certo, nem eles sabem, mas o simples anúncio já criou um fato novo e relevante na política.
Pretendem por cartas na mesa. Pode ser federação, aliança eleitoral ao velho estilo de coligação ou um bloco parlamentar para funcionar a partir de 2023.
No trio, dois partidos têm candidatos presidenciais — o governador paulista João Doria, do PSDB, e a senadora do Mato Grosso Simone Tebet, do MDB. O maior dos três, União Brasil, tem apresentado alternativas para vice-presidência.
É arquitetura muito complexa, até porque cada partido tem como prioridade a expansão das próprias bancadas parlamentares, o que ofusca as candidaturas presidenciais nesta fase da temporada eleitoral.
Mesmo ponderando incertezas e obstáculos imediatos, os presidentes dos três partidos se mostram decididos a conversar sobre a construção de uma ponte para o futuro.
Miram no Congresso de 2023. O objetivo é organizar, sob qualquer formato, uma força parlamentar capaz de se contrapor ao agrupamento que hoje predomina nos plenários da Câmara e do Senado.
Coordenando o Centrão, o PP e o PL passaram a comandar votações, verbas orçamentárias e o próprio governo sob a presidência de Jair Bolsonaro, agora candidato à reeleição pelo PL.
União Brasil, MDB e PSD planejam reunir votos suficientes para influir na eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado no ano que vem.
Esboçam um embate dentro da ala de centro-direita pelo domínio de áreas-chave num Legislativo que, hoje, aposta no aumento do próprio protagonismo, com avanço contínuo no controle do orçamento — não importa quem seja eleito presidente.
A reunião marcada para terça-feira é relevante porque política é isso, a arte da conversa.