Uma disputa eleitoral sem limite para a idade
Três dos 11 candidatos à presidência da República têm mais de 75 anos. Ontem, o União Brasil anunciou Luciano Bivar, de 77 anos
Luciano Bivar é o mais novo nome na lista de candidatos a presidente da República, confirmado ontem, em nota pública do União Brasil.
O partido é presidido por Bivar, deputado federal. Foi para onde levou Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato, que esperava ser o candidato.
Não deu, por razões inexplicáveis pela razão política: Moro aparecia em terceiro lugar, com até 9% nas pesquisas de intenção de voto; Bivar teve 0,06% dos votos (exatos 62.064) quando se candidatou à presidência em 2006, defendendo ideias como a instalação de um “miniquartel” em cada favela do país.
Aos 77 anos, o pernambucano Bivar agora é o rosto do União Brasil na “renovação política” brasileira. É o segundo mais velho da lista de 11 candidatos já anunciados.
Perde para o gaúcho José Maria Eymael, um democrata cristão de 82 anos que está no páreo da presidência pela sexta vez. Ele se diz “da vanguarda” e celebra o fato de que, de novo, disputa com outro integrante da Assembleia Constituinte.
É Lula, que completou 76 anos de idade e já passou 43% da vida como candidato presidencial único e permanente do Partido dos Trabalhadores — situação incomum nas democracia ocidentais.
Líder isolado na unanimidade das pesquisas, Lula mudou sua forma de fazer campanha. Tem evitado as ruas, dá preferência a comícios em ambientes fechados, controlados pelos aliados, e em todos repete que se sente “cheio de energia” para a batalha eleitoral.
O trio Lula, Eymael e Bivar tem mais de 75 anos e representa 27% da atual lista de candidatos à renovação do governo. Lula, sozinho, carrega mais de 40% das intenções de voto nas pesquisas. Guardadas as distinções, eles demonstram, a exemplo do presidente americano Joe Biden (79 anos), que não existe limite de idade no ativismo político. A fronteira entre o envelhecimento e a modernidade é definida pelas ideias de cada um.