Queiroga, o ministro que virou suco no apagão da Saúde
Ele escolheu fazer política na Saúde. Batalha por uma vaga na lista de candidatos de Bolsonaro
O Ministério da Saúde apagou. Deixou de funcionar há uma semana quando, supostamente, sua rede eletrônica foi invadida.
O que realmente aconteceu, não se sabe, não são divulgadas informações precisas.
Única evidência disponível é a de que, a despeito da origem do apagão, o estrago foi grande. Suficiente para impedir o acesso de funcionários à rede, atrapalhar as análises sobre a evolução da pandemia e a disponibilidade de leitos hospitalares, entre outros aspectos relevantes da emergência sanitária.
Nesse apagão da Saúde ficou exposta a irrelevância do ministro Marcelo Queiroga, que na véspera do Natal completará nove meses no posto, sucedendo o desastroso antecessor, general Eduardo Pazuello.
Queiroga escolheu fazer política na Saúde. Batalha por uma vaga na lista de candidatos de Bolsonaro.
Desde setembro, por exemplo, tem sido alertado por servidores e especialistas sobre a necessidade de um plano nacional para vacionação de crianças contra a Covid-19 antes da volta às aulas em 2022. Alegou necessidade de aval da Anvisa, a autoridade sanitária. A agência fez o seu trabalho técnico e recomendou a vacinação.
Diante de mais uma reação negacionista de Bolsonaro, agora o ministro Queiroga diz que a opinião da Anvisa é uma, mas só vale a do ministério.
Ontem, anunciou a pretensão de “discutir” o assunto “com a sociedade”. Horas depois, recebeu intimação do Supremo Tribunal Federal para apresentar em 48 horas uma atualização do Programa Nacional de Imunização com foco na vacinação de crianças de 5 a 11 anos, antes do retorno às aulas.
Queiroga superou Pazuello: o ministro virou suco no apagão da Saúde.