Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

Putin foi à guerra e dividiu o bolsonarismo

Desde que foi a Moscou e declarou "solidariedade" a Putin, Bolsonaro enfrenta críticas de eleitores que, agora, relutam sobre a reeleição.

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 fev 2022, 09h25 - Publicado em 25 fev 2022, 08h00

Vladimir Putin declarou sua guerra na Europa e já conseguiu rachar alguns agrupamentos políticos no Brasil, a 11 mil quilômetros ao sul do campo de batalha. Dividiu, principalmente, os aliados de Jair Bolsonaro, dentro e fora do governo.

Dez dias atrás, Bolsonaro foi a Moscou e declarou “solidariedade” a Putin. Desde então, enfrenta críticas de eleitores que o apoiaram  na campanha presidencial de 2018 e, agora, relutam sobre a reeleição.

É o caso dos ultraconservadores. Eles acham que com o respaldo a Putin, às vésperas da invasão russa na Ucrânia, Bolsonaro tomou distância do Ocidente vitorioso na Guerra Fria, capitaneado pelos Estados Unidos.

Julgam que, paradoxalmente, nesse conflito ele acabou alinhado a socialistas sul-americanos. É a visão predominante entre alguns dos seus antigos e fiéis seguidores, como os liderados pelo ex-chanceler Ernesto Araújo.

Para esses, Bolsonaro cometeu uma heresia, porque percebem a Rússia de Putin como sócia oculta do “Foro de São Paulo” — um clube político latino-americano criado em 1990 pelo PT de Lula, sob inspiração do governo de Cuba, e dedicado à evangelização do anti-americanismo.

Continua após a publicidade

Os problemas do presidente-candidato se multiplicam fora da base bolsonarista. Chegam aos quartéis. Para oficiais militares, tende a ser crescente o custo político para as Forças Armadas da aproximação com Putin, em plena crise com a Europa e os EUA.

Preveem aumento nas restrições americanas ao acesso a tecnologias classificadas como sensíveis que já estavam em negociação com a Otan. Exemplo: Exército, Marinha e Aeronáutica tinham a expectativa de que o Brasil fosse aceito ainda neste ano em iniciativas da aliança militar atlântica para cooperação em defesa cibernética.

A perspectiva de crise nas relações com os EUA, cultivada por Bolsonaro desde a campanha eleitoral de Joe Biden, motivou discussões nos comandos militares. E levou o vice-presidente Hamilton Mourão a dizer, ontem, que o país “está neutro”, igualando a guerra expansionista de Putin à da “Alemanha hitlerista no final dos anos 30”.

Continua após a publicidade

Horas depois, Bolsonaro foi às redes sociais e desqualificou o seu vice: “Quem está falando está dando peruada naquilo que não lhe compete.” Argumentou: “Somos da paz, queremos a paz, viajamos em paz à Rússia. Fizemos um contato excepcional com o presidente Putin. Acertamos a questão dos fertilizantes para o Brasil”.

Um dos maiores e mais rentáveis produtores agrícolas do planeta, o país está com a sua agricultura em xeque por causa do conflito na Ucrânia. É totalmente dependente das importações de de fertilizantes. Compra no exterior nada menos que 90% do que consome na adubagem das lavouras.

Bolsonaro voltou de Moscou sem garantias reais de fornecimento e de estabilidade nos preços. Quando viajou, agricultores brasileiros pagavam 545 dólares por uma tonelada de ureia. Ontem, desembolsavam 800 dólares. Só nisso, a guerra de Putin já aumentou em 47% o custo do agronegócio, segmento onde predominam eleitores bolsonaristas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.