O Conselho de Economia ia prestar uma homenagem a Pedro Malan [ex-ministro da Fazenda]. Mas voltou atrás quando descobriu que, apesar do Ph.D. em Economia, sua graduação era em Engenharia. Vejam o contraste com o comitê do Prêmio Nobel. James Watson ganhou o de Física, sendo um zoólogo. Ganhou o de Medicina um estatístico. E, na Economia, três prêmios já foram para psicólogos (…) Temos um vício atávico, a ‘síndrome do não pode’. Atrapalhar parece gerar um prazer recôndito nas ‘autoridades’. Há, também, o lobby dos Ph.Ds. Se ralaram para conseguir os seus, que os outros sofram outro tanto. E, óbvio, é mais doce a vida com reserva de mercado (…) Exigir diplomas pode fazer sentido. Quando foi estruturada a nossa pós-graduação, havia que criar incentivos para o tremendo esforço de um doutoramento. E isso teve um impacto fortemente positivo. Porém, o erro foi ignorar as diferenças entre as áreas científicas e aquelas profissionais ou de serviços. Isso gerou burrices.”
(Claudio de Moura Castro, pesquisador em Educação, sobre a produção de leis ruins no Congresso, e com exigências descabidas dos diplomas de mestrado e doutorado.)