“A tarefa da nova da esquerda brasileira, do novo pensamento, é como nós vamos desenhar uma institucionalidade nova para capturar os ganhos extraordinários que a disruptura tecnológica vai nos oferecer, de meia dúzia de Zuckerberg e Elon Musk, para o conjunto da sociedade brasileira, seja para o ócio dos trabalhadores, seja para o incremento da sua renda média (…) Não existe uma economia do conhecimento sem uma base industrial e o Brasil precisa considerar isso. Agora nós temos dez anos de crescimento zero. Isso não é problema de Chico, Mané ou Maria. É um problema de modelo, de equação estratégica. O Brasil só faz besteira, com uma elite passivamente replicando isso. Apresenta um déficit de 150 bilhões de dólares em manufaturados. No setor químico, 40 bilhões. Por que razão o Brasil não pode ter uma dinâmica de substituição de importações? Ora, essa é a substância do conflito industrial entre americanos chineses. É a substância da estratégia de desenvolvimento dos coreanos, da Malásia, de Singapura, e nós é que estamos certos? Importar 17 bilhões de dólares do complexo industrial da Saúde, só a União, com 80% desses produtos com patente vencida, que você pode copiar e colar porque é permitido pelo nosso status de nação em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio?”
(Ciro Gomes, candidato presidencial do PDT.)