China e EUA cobram respostas de Bolsonaro sobre atentado no Rio
Diplomatas estrangeiros em Brasília passaram a trabalhar com a hipótese de aumento na radicalização política brasileira
Jair Bolsonaro anuncia que planeja usar a tribuna da ONU, na terça-feira, para tratar de questões da política doméstica e, pela terceira vez, apresentar “a verdade” sobre a atuação do seu governo na pandemia e no controle dos crimes ambientais na Amazonia.
Bolsonaro vai precisar adaptar o discurso por causa da cobrança crescente e coordenada de diferentes governos sobre uma resposta eficaz, convincente e imediata ao atentado à bomba contra a sede do consulado da China no Rio, na noite de quinta-feira.
O consulado chinês, em nota, usou a palavra “conspiração”. A Embaixada dos Estados Unidos escolheu o verbo “intimidar” em comunicado oficial.
China e EUA coincidiram, ontem, em manifestações de lembrança ao governo brasileiro sobre os tratados internacionais de proteção de representações diplomáticas. A China confirmou a expectativa de “medidas concretas”. Os EUA ressaltaram os “princípios invioláveis” das relações entre países.
Ainda não existem evidências, mas diplomatas estrangeiros em Brasília passaram a trabalhar com a hipótese de uma novidade na radicalização política brasileira: a possível emergência de terrorismo doméstico, no caso impulsionado pela xenofobia.