Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

América Latina será campo de batalha dos EUA de Trump contra a China

Enquanto Trump esbraveja contra o “veneno” da imigração latina, o México se consolidava na posição de principal fornecedor dos EUA, ultrapassando a China

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 nov 2024, 15h26 - Publicado em 7 nov 2024, 08h00

Numa trapaça da história, a América Latina será um campo de batalha relevante na guerra econômica anunciada por Donald Trump contra a China.

Há nisso uma ponta de ironia, porque a atenção de Trump à região se dá por um viés negativo – a discriminação contra os imigrantes latinos.

Ele esgrimiu com o preconceito e o nacionalismo para atrair eleitores nas áreas industriais dos EUA devastadas pela concorrência com a China, dona do maior exército mundial de mão de obra qualificada e barata – em breve, pode vir a ser ultrapassada pela Indonésia.

Imigração latina e China são temas entrelaçados na agenda da elite de Washington. Representam questão de Estado, consensual para democratas e republicanos.

O tom de estridência na retórica eleitoral sobre esses assuntos é obra de Trump.

Continua após a publicidade

Agora, ele tem a legitimidade da vitória no voto popular, no colégio eleitoral, a maioria no Senado, provavelmente também na Câmara, e na Suprema Corte, para definir as novas bases da relação dos EUA com os países latinos, agora transformados em alvo da política de contenção da imigração e da China.

Como disse no discurso da madrugada de quarta-feira (6/11), é um “mandato poderoso” conquistado numa situação política sem precedentes. Não disse, nem precisava, mas só tem quatro anos para fazer o que planeja, porque a a Constituição americana não permite mais de dois mandatos presidenciais a uma mesma pessoa.

O primeiro alvo latino de Trump é o México, com 3,1 mil quilômetros de fronteira. Fechar a “porta” mexicana é o objetivo enunciado durante toda a campanha. Pressupõe isolar os EUA de todos e de tudo que venha do subcontinente latino abaixo do Rio Grande.

Continua após a publicidade

Na campanha, Trump ameaçou com uma espécie de bloqueio econômico ao México, a aplicação de tarifas (até 25%) como retaliação à suposta letargia mexicana na contenção das massas de imigrantes pobres em busca de lugar ao sol no sonho americano.

Enquanto Trump esbraveja contra o “veneno” da imigração, o México se consolidava na posição de principal fornecedor dos EUA: aumentou as exportações em 4,6%.

Ocupou parte do espaço perdido pela China, cujas vendas ao mercado americana despencaram 26% no ano passado, em comparação com o ano anterior.

Continua após a publicidade

Visto de outra forma, os EUA passaram a depender significativamente do México na rivalidade com a China.

Ironicamente, isso aconteceu por iniciativa de Donald Trump, que arquitetou e assinou em 2016 o acordo comercial EUA-México na tentativa de proteger o mercado americano do assédio das indústrias chinesas.

É difícil imaginar Trump destruindo um dos pilares do programa econômico do seu primeiro governo, que ele considera um grande êxito. Mas, como dizia o escritor George Orwell, política também é uma soma de mentiras, evasivas, loucura, ódio e esquizofrenia. Mais uma vez, deu Trump na cabeça.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.