Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

A guerra de Putin deixou o Brasil de Bolsonaro mais vulnerável

Preços em alta, incertezas de abastecimento e BC separando reservas para proteger o real: eleição vai avançar em ambiente economicamente minado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 fev 2022, 15h24 - Publicado em 27 fev 2022, 08h00

O bloqueio das operações do Banco Central da Rússia, anunciado ontem à noite pelos Estados Unidos e a União Europeia, deu dimensão global à guerra de Vladimir Putin na Ucrânia.

Se efetivado na escala enunciada por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, haverá congelamento da quase totalidade das reservas russas depositadas no exterior — estimadas em US$ 630 bilhões.

Com o Banco Central imobilizado, sem poder concluir pagamentos nas transações públicas e privadas de compra e venda, a consequência previsível é o aumento exponencial dos custos para se realizar negócios de qualquer natureza dentro da Rússia — das estruturadas negociações empresariais ao simples pagamento de um jantar com cartão de crédito.

A cereja do bolo no pacote de sanções econômicas de ontem foi o anúncio da suspensão de alguns bancos russos do sistema internacional de mensagens financeiras (SWIFT). O sistema bancário perderia parte da sua capacidade de intermediar exportações e importações. A partir de hoje, a Rússia ficaria financeiramente aleijada no comércio exterior.

São operações de difícil execução. Entre outras razões porque Putin se preparou. Mudou, por exemplo, a base financeira do comércio com a China. Há uma década quase todo o comércio Moscou-Pequim era em dólar, agora  é menos de um terço.

É conflito econômico de repercussão planetária. O Brasil de Jair Bolsonaro,  admirador de Putin, não tem muitas alternativas.

Continua após a publicidade

Será diretamente afetado, tanto pelos aumentos de preços quanto pelas incertezas no abastecimento de produtos importados essenciais.

A três meses do início da safra (2022/2023), o agronegócio brasileiro está em xeque. O país é totalmente dependente das importações de fertilizantes, compra no exterior nada menos que 90% do que consome na adubagem das lavouras.

Depende muito do suprimento de insumos agrícolas de quatro países que estão na zona de conflito — Rússia, Bielorrússia, Ucrânia e Lituânia. Quase metade (48%) do potássio provém de fornecedores russos e bielorrussos. A dependência da Rússia em nitrato de amônio é total (98%).

Os aumentos de preços tendem a se espraiar. Petróleo, trigo e milho, entre outros, estão subindo desde o dia da invasão da Ucrânia.

Ganha forma o risco de aumento da inflação durante toda a temporada eleitoral, em comparação com o ano passado (10%), por efeito de reajustes de preços em produtos como gasolina, diesel, gás, pão e carnes.

Continua após a publicidade

Há tempestade no horizonte: alta das cotações internacionais e do custo doméstico de produção, combinada com dificuldades no suprimento. As rotas de comércio marítimo estão sendo alteradas por causa do conflito — na sexta-feira, um navio cargueiro da Cargill foi bombardeado no Mar Negro.

A guerra de Putin vai custar caro à Rússia, indicam as sanções anunciadas ontem. Mas as sequelas econômicas serão globais.

A guerra de Putin deixou o Brasil de Bolsonaro ainda mais vulnerável. Num exemplo, o Banco Central atravessou a semana separando uma fatia das reservas cambiais, que somam R$ 350 bilhões, para tentar blindar a moeda, o real, de ataques especulativos.

A campanha eleitoral vai avançar num ambiente economicamente minado pela  insatisfação do eleitorado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.