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O Oscar dá um assopro e, em seguida, um senhor tapa

Parece o roteiro de “Corra!”: prêmio para “Green Book” mostra que a Academia fala em diversidade da boca para fora, e não quer que balancem seu barco

Por Isabela Boscov 25 fev 2019, 18h16

O Oscar 2019 fez muito feio. Comportou-se como uma daquelas pessoas que dizem, “imaginem, é claro que não sou racista – até tenhos amigos negros”: chamou um número recorde de artistas negros (e também, por motivos insondáveis, a tenista Serena Williams) para apresentar os prêmios, deu a Pantera Negra três vitórias menores (figurino, desenho de produção e trilha), e saiu-se com uma estatueta de consolação (roteiro adaptado) para o Infiltrado na Klan de Spike Lee. E, então, entregou o prêmio principal da noite para Green Book, a história de um ítalo-americano preconceituoso que acorda para os erros do racismo no decorrer de oito semanas de convivência forçada com um pianista negro. O trabalho de Viggo Mortensen como o motorista branco e bronco é esplêndido – muito melhor do que o filme em si. Spike Lee, que não está nessa a passeio, deu as costas para o palco, e não há como tirar-lhe a razão.

Oscar – Melhor roteiro adaptado – Spike Lee
Spike Lee recebe o Oscar de melhor roteiro adaptado por ‘BlacKkKlansman’. (Kevin Winter/Getty Images)

Nos últimos dias, já se vinha desenhando que Roma não faria a dobradinha inédita de melhor filme estrangeiro e melhor filme, porque os votantes da Academia tendem a enjoar de filmes que crescem demais no início da corrida (veja-se a derrota de Brokeback Mountain para Crash, e a de La La Land para Moonlight). Mas, nesse caso, havia pelo menos três candidatos de relevância e de mérito artístico e criativo evidentes: Pantera Negra, Infiltrado na Klan e A Favorita. Os dois primeiros, se vitoriosos, confirmariam algo em que Hollywood gostaria muito que todos acreditassem – que não fala da boca para fora quando usa a palavra diversidade. Pois o Oscar confirmou o exato oposto. Parece o roteiro de Corra!: os negros, hispânicos e asiáticos foram, sim, convidados para a festa. Mas para enfeitá-la, fazer figuração e emprestar à cerimônia a aparência de compromisso com os novos tempos. Em troca, a Academia deixou-os servirem-se dos canapés – mas tratou de mantê-los longe do bufê. Diante desse resultado, parece utilitária, e não admirável, a presença de tantos artistas negros entre os apresentadores: eles possivelmente acharam que estavam sendo convidados, mas vê-se agora que estavam sendo recrutados.

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