Um recorde japonês: novos casos de Covid-19
Na bolha olímpica, a vigilância e o uso de máscaras parece estar indo bem. Do lado de fora da bolha, não
A funcionária de apoio no Estádio Olímpico alerta para o uso de máscaras, com bom humor. A vigilância entre a chamada “família olímpica” tem funcionado razoavelmente bem: foram registrados 333 casos de Covid-19 entre atletas, dirigentes e equipes de apoio das delegações desde o início dos Jogos. Do lado de fora da bolha, contudo, como o Japão não impôs lockdown, os Jogos apresentam outros recordes, tristes recordes. O número total de contaminados ultrapassou 1 milhão em 6 de agosto em meio à rápida disseminação do novo coronavírus. Demorou cerca de seis semanas para o número acumulado de novas infecções por coronavírus aumentar de 700 000 para 800 000. Aumentou depois de 800 000 para 900 000 em um período de quatro semanas. Chegou a 1 milhão em apenas oito dias a partir de 29 de julho, quando os casos chegaram a 900 000.
O aumento recente, segundo autoridades locais, foi impulsionado em grande parte pela variante Delta, altamente contagiosa. O número de novas infecções confirmadas no Japão em 6 de agosto superou o recorde anterior de 15 263 estabelecido no dia anterior. Foi o terceiro dia consecutivo de renovação de recorde.
De acordo com os relatórios do Imperial College de Londres, a taxa de transmissão no Japão é de 1,17. Ou seja: 100 pessoas contaminadas podem transmitir o vírus a outras 117. No Brasil, hoje, a taxa é de 0,97. No Brasil, apesar de tudo, apesar do negacionismo do governo federal, os números caem – no Japão da Tóquio olímpica, crescem.