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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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“A ideia de que o fim do embargo vai levar à abertura democrática é absurda.” Mas pode levar Obama a passar férias em Cuba também

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 5 jun 2024, 09h01 - Publicado em 20 dez 2014, 16h29

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…de modo que, para facilitar o meu trabalho, trago abaixo – em vídeo legendado a meu pedido – a reação precisa na Fox News do senador republicano Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos e um provável candidato presidencial em 2016, à decisão anunciada quarta-feira (17) pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de retomar as relações diplomáticas com Cuba, suavizando as restrições bancárias sobre remessas de dinheiro para a ilha dos irmãos Castro e expandindo as possibilidades de viagens. Sim: agora Obama vai poder passar férias nas praias cubanas também.

Obama férias

Só não sei se Fidel já preparou o campo de golfe.

Che Fidel golfe

O fim do embargo econômico depende de aprovação do Congresso e, a julgar pela reação de republicanos como Rubio, Ted Cruz, John McCain e Lindsey Graham, o presidente não vai ter moleza. Assista ao vídeo, transcrito em seguida. Voltarei ao assunto, se a preguiça deixar.

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BILL HEMMER: Tem havido uma reação terrível aos fatos envolvendo os EUA e Cuba. Robert Menendez é um democrata de Nova Jérsia que disse que trocar o americano Alan Gross por “criminosos condenados” abre um precedente extremamente perigoso, e que as ações do presidente em Cuba sustentam o comportamento brutal do governo cubano. Os novos caminhos que os EUA podem traçar em Cuba serão discutidos hoje ao meio-dia do fuso horário do Leste. O senador republicano Marco Rubio, da Flórida, conversa comigo agora. Os pais dele fugiram de Cuba nos anos 50, imigrando para os EUA, assim que Fidel Castro começou a ascender ao poder. Senador, bom dia e obrigado pelo seu tempo. Conte-nos sobre sua reação ao que devemos esperar hoje ao meio-dia do Leste.

MARCO RUBIO: Primeiramente, obviamente estamos todos felizes porque o sr. Gross estará de volta com sua família. Ele nunca fez nada de errado. Ele não era um espião nem um criminoso, ele era um refém. É lamentável que o governo cubano o tenha prendido por 5 anos e quase o tenha matado em cativeiro. Eu não sou a favor do processo pelo qual a sua libertação foi adquirida porque penso que ele abriu um precedente muito perigoso. Ele coloca um preço em cada americano, e governos estrangeiros agora sabem que podem fazer reféns americanos para conseguir concessões significativas dos Estados Unidos.

Logo mais eu acredito que o presidente anunciará medidas que vão muito além da simples libertação do sr. Gross. Acredito que eles adiantarão medidas como a normalização das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba e a abertura para mais comércio e negócios com uma ditadura. Meu interesse em Cuba sempre foi a promoção da democracia e da liberdade. Eu penso que o povo de Cuba tem o direito, se ele é livre, de escolher qualquer sistema econômico que queira. Nada do que o presidente anunciará hoje promoverá este objetivo. É irônico que, uma semana depois de termos imposto sanções aos violadores de direitos humanos na Venezuela, estejamos abandonando sanções ao governo que ensinou aos venezuelanos como cometer essas violações aos direitos humanos. É absurdo, e é parte de um longo histórico de acarinhamento de ditadores e tiranos estabelecido por essa administração.

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BILL HEMMER: Como você sabe, o embargo a Cuba existe há 50 anos, desde o início dos anos 60. É lei na América. Então, legalmente, o que o presidente poderia fazer agora?

MARCO RUBIO: O presidente pode aumentar as remessas. Ele pode aumentar a participação das companhias de telecomunicação americanas dentro de Cuba. Meu problema não é com essas medidas. O problema é que, em troca, os cubanos concordaram em fazer coisas como libertar prisioneiros políticos e permitir maior acesso à internet na ilha. Mas não estão criando aberturas econômicas. Não há concessões sobre a liberdade de expressão, sobre as eleições, sobre a liberdade de criar partidos políticos diferentes ou sobre qualquer coisa dessa natureza. Quais foram as concessões à democracia? E essa ideia de que de alguma forma poder viajar mais para Cuba, mandar mais dinheiro a Cuba e vender mais bens de consumo a Cuba… A ideia de que isso vai levar à abertura democrática é absurda. Mas isso é coerente com essa administração que constantemente faz concessões unilaterais para o Irã — ou, nesse caso, Cuba — em troca de nada. E é isso o que tem ocorrido.

BILL HEMMER: Você acha que o congresso americano vai concordar com o fim do embargo?

MARCO RUBIO: Não, não há apoio para isso. E eu acredito que o embargo é mal-compreendido. O embargo não foi feito para punir Cuba ou mesmo o governo cubano. Ele é uma forma de influência. A lei é cristalina. O embargo poderia ser revogado amanhã se Cuba se abrisse democraticamente. Tudo o que eles têm que fazer é virar uma democracia como quase todos os outros outros países no hemisfério. E basicamente, para essa administração ignorar essa influência em troca de medidas simbólicas — a libertação de 53 prisioneiros políticos é fantástica, mas eles não deveriam estar presos antes de mais nada, e eles podem ser presos novamente na próxima semana se mobilizarem a sociedade e protestarem.

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BILL HEMMER: O que você sabe sobre esses espiões cubanos presos aqui que aparentemente foram para casa?

MARCO RUBIO: Esses não eram apenas espiões cubanos “benignos”. Eles eram originalmente 5, e 2 foram soltos e voltaram para Cuba. Os outros 3 ainda estão aqui — embora eu suponha que agora estejam soltos. Esses espiões cubanos estavam envolvidos no fornecimento de informações ao governo cubano que levaram ao assassinato de cidadãos americanos e à derrubada de aviões dos Brothers to the Rescue em 1996. Esses aviões costumavam vigiar as bordas de Cuba para achar pessoas em jangadas e salvar suas vidas, e então o governo cubano os derrubou nas águas internacionais, e o fez em grande parte baseado em informações que pelo menos um desses espiões forneceu. Esses espiões foram recebidos como heróis quando de volta a Cuba.

BILL HEMMER: Isso tudo não faz parecer que, a dois anos de deixar a presidência, Obama quer visitar Cuba, visitar Havana enquanto presidente e deixar sua marca?

MARCO RUBIO: Eu não sei quais são as intenções dele. Sei que a política externa dele é no mínimo ingênua, e talvez realmente contraproducente para o futuro da democracia na região. Reporto-me ao que eu disse ainda agora: semana passada nós impusemos sanções aos violadores dos direitos humanos na Venezuela. Mas as pessoas que estão apoiando os venezuelanos e conduzindo essas sanções aos violadores… os cubanos literalmente tomaram o governo venezuelano e nós estamos de fato retirando sanções a eles. Quão absurdo é isso? E claro, agora todos esses tiranos ao redor do mundo sabem que os EUA podem ser pegos com um acordo fácil. O mínimo a dizer é que Barack Obama é o pior negociador que já tivemos como presidente desde pelo menos Jimmy Carter, e talvez o pior da história atual do país.

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BILL HEMMER: Senador Rubio, obrigado pelo seu tempo. Marco Rubio direto de Washington, DC. Que bom que você nos acompanhou hoje. Obrigado.

MARCO RUBIO: Obrigado.

* Tradução e legendas dos Tradutores da Direita para o blog de Felipe Moura Brasil.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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