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“Os nazistas ainda existem”, diz Harrison Ford a VEJA

O ator de 80 anos fala sobre sua jornada ao lado do Indiana Jones e sobre o novo e quinto filme da saga

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h27 - Publicado em 23 jun 2023, 06h00

Quinze anos após o lançamento do quarto filme, como foi voltar ao figurino de Indiana Jones no lançamento Indiana Jones e a Relíquia do Destino? Eu tinha dentro de mim uma curiosidade sobre como ele estaria na minha idade, como seria encerrar uma vida de aventuras. O roteiro me atraiu, pois se mostrou consistente com o que eu sinto sobre envelhecer e o que vejo entre meus amigos. A gente começa a pensar mais na família e no que fez ao longo da vida, e o que vai fazer com o resto que ainda tem. E queremos sentir que tudo valeu a pena.

Assim como o personagem, o senhor é um aventureiro. Como equilibra essa paixão e o passar dos anos? Não acho que é uma questão de equilíbrio, mas sim de entender e aceitar que uma hora um sobressai ao outro. O Indiana está aprendendo isso. Ele chegou a um momento da vida em que precisa aceitar as limitações do corpo e encarar os erros e acertos do passado.

LEIA MAIS: ‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’: o herói obstinado é posto à prova

No primeiro filme, ambientado na década de 30, Indiana lutou contra nazistas. Por que voltar a esse tipo de vilão em um filme que se passa nos anos 60 e é lançado em 2023? Porque os nazistas ainda existem. No primeiro filme, a relação histórica era muito preto no branco, os nazistas eram maus e ponto. Nos anos 60 e agora, é diferente.

Como assim? Os anos 60 foram um período de contrastes. Tivemos o rock’n’roll, o movimento pelos direitos civis, a corrida espacial, e os nazistas se infiltraram nessa construção de foguetes. Mas é importante lembrar: eles ainda eram nazistas. O que quero dizer é que o horror do nazismo não pode ser minimizado, não importa em que lugar da sociedade eles estejam.

Publicado em VEJA de 28 de Junho de 2023, edição nº 2847

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