O trabalho duro por trás de ‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’
Filme que chegou aos cinemas nesta semana teve equipe numerosa de animação e mergulho em novas tecnologias
Quando chegou ao cinema, em 2018, Homem-Aranha no Aranhaverso foi apontado como uma grande inovação no setor de animações. Agora, cinco anos depois, a sequência do longa fez o que parecia inimaginável: Aranha: Através do Aranhaverso conseguiu alcançar um visual ainda mais ambicioso e complexo do que o seu já admirável predecessor.
Dirigido por Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin Thompson, o filme tem um bastidor colossal: no total, cerca de 1.000 pessoas, entre artistas e técnicos, participaram ativamente da animação do longa, que tem 2h21 de duração. O número elevado de mãos não é à toa: com o multiverso destravado no primeiro filme, a produção mergulha de cabeça nas viagens entre dimensões e diferentes técnicas de animações mescladas, tornando o trabalho dos animadores uma tarefa hercúlea — em uma entrevista ao site Collider, Thompson chegou a dizer que a atuação da equipe “equivale a 375 anos de trabalho” do setor.
No total, o filme passa por seis universos, todos com um estilo visual diferente de animação, quase como filmes independentes. Para desenhar cada um, a equipe teve o auxílio de cartunistas da Marvel, incluindo artistas que trabalharam nas HQs originais e ajudaram a traduzir o visual 2D para as telas. O universo de Gwen, por exemplo, precisou de uma ferramenta que ligasse suas mudanças de humor às cores. “É fácil dizer que que o mundo deveria escorrer e as cores mudarem ao redor dela conforme as mudanças de humor. Mas alguém precisou de 18 meses de pesquisa e desenvolvimento para descobrir como ensinar o computador a pintar dessa forma”, explicou Miller ao site Indie Wire.
Outro que também deu trabalho foi a versão Punk do Homem aranha. Inspirado em posters de bandas de rock da década de 1970, o personagem tem animações até mesmo quando está parado, adicionando uma dose extra de desafio ao trabalho. O vilão Mancha também compartilha da complexidade: com pontos pretos que se movimentam de maneira independente, ele exigiu da equipe o desenvolvimento de 17 novas ferramentas para ser produzido, em um processo que levou de 2 a 3 anos para ser concluído de maneira satisfatória.
Tudo isso, é claro, teve um custo: no total, a animação custou aos cofres da Sony 100 milhões de dólares, 10 milhões a mais do que o primeiro longa, que teve um orçamento de 90 milhões. Os diretores, inclusive, sequer sabem quantas versões do Aranha foram feitas para o filme — na última contagem, eles apontaram 240, mas o número pode ser ainda maior, já que muitos personagens secundários, sem falas ou grandes participações, foram sendo adicionados durante o processo de produção para incrementar o visual.
Confira o trailer: