Mostra de cinema em São Paulo homenageia vítimas de Brumadinho
Quatro documentários serão exibidos e debatidos no cinema Reserva Cultural entre 22 e 25 de julho, com presença de especialistas e habitantes da cidade
Mais de cinco anos após a tragédia ocorrida na cidade mineira de Brumadinho, o Instituto Camila e Luiz Taliberti — entidade sem fins lucrativos fundada por familiares das vítimas — promove em São Paulo uma mostra de cinema voltada para documentários que denunciam o revés da mineração desenfreada no Brasil. Com sessão inaugural na noite desta segunda-feira, 22 de julho, a seleção fica em cartaz gratuitamente no cinema Reserva Cultural, na Avenida Paulista, até quinta-feira, 25.
Todas as sessões estão marcadas para as 20h e serão seguidas por uma mesa de debate composta por especialistas e figuras envolvidas no desastre. O primeiro longa a ser exibido é Ode ao Choro, de Cecília Engels, cineasta que perdeu sua melhor amiga por consequência do estouro da barragem ocorrido em janeiro de 2019. Presente na sessão, ela debate o trabalho com a psiquiatra Natalia Timerman, Plínio Cutait e Helena Taliberti, que perdeu cinco parentes na ocasião.
No dia seguinte, o documentário da vez é Rejeito, de Pedro de Filippis, que acompanha a conselheira ambiental Maria Teresa Corujo em meio a outros pontos de Minas Gerais rodeados por barragens com risco de rompimento. Sem a presença do diretor, o filme é analisado pela própria Corujo, Randal Fonseca e a artista Isadora Canela, natural de Brumadinho.
A noite de quarta-feira, por sua vez, recebe Sociedade de Ferro, de Eduardo Rajabally, que esmiúça os elementos por trás das tragédias-crimes de Mariana e Brumadinho, em especial a ligação entre gigantes mineradoras como a Vale e esferas do poder público. Com o título “O Lucro a Qualquer Preço”, a conversa após a sessão conta com o diretor, o cineasta Lucas Bambozzi, a ambientalista Amanda Costa e a dramaturga Daniela Pereira de Carvalho.
Para encerrar a mostra, estreia Vidas barradas, 5 anos depois, de Cid Faria, atualização do documentário homônimo lançado em 2020. Agora com meia década de distanciamento do ocorrido, o diretor volta a conversar com sobreviventes da catástrofe e familiares para conferir as medidas tomadas desde então e o impacto pessoal, econômico e social que perdura. Quem conversa com o público é brumadinense Marina Oliveira, o jornalista Maurício D’Angelo e a ativista Julia Neiva.
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