“Advertência sobre a fama”, diz atriz sobre filme de Priscilla Presley
Cailee Spaeny conversou com VEJA sobre sua atuação em 'Priscilla', longa de Sofia Coppola, que conta a história da esposa do rei do rock
Todo mundo conhece a história de Elvis Presley e sabe cantar suas músicas. O que poucos conhecem é a história de Priscilla Presley, ex-mulher do cantor, que o conheceu quando ela tinha apenas 14 anos e ele 24. Em cartaz nos cinemas, o filme Priscilla conta a história de como aquela menina realizou o sonho de princesa de todas as mulheres da época, mas que na realidade se transformou numa espécie de prisão, de onde só conseguiria escapar aos 27 anos. Dirigido por Sofia Coppola e baseado no livro de memórias Elvis e Eu, de Priscilla Presley, lançado em 1985, o filme tem como intérprete principal a atriz Cailee Spaeny, de 25 anos.
Atriz norte-americana conversou com VEJA sobre como foi interpretar uma personagem real, os encontros que teve com a verdadeira Priscilla e como é trabalhar com Sofia Coppola. Leia a seguir os melhores trechos:
Foi desafiador interpretar uma personagem real? Foi a maior pressão que senti para desempenhar um papel na minha vida. Senti uma responsabilidade real de acertar. Tive a oportunidade de conversar com a própria Priscilla, o que foi um grande presente para tentar contar a história dela de forma autêntica. Por outro lado, quando você está diante dessa mulher e percebe que ela viveu aquela vida, você se sente mais segura na maneira de contar a história, inclusive tomando cuidado com as nuances. Estava interessada em colocar uma história humana e verdadeira na tela.
Como lidou com essa dicotomia dos fãs acharem que ela era a mulher mais sortuda do mundo, vivendo num conto de fadas, quando, na realidade, ela estava presa numa gaiola dourada? Acho que qualquer relacionamento traz consigo um conjunto de dificuldades. Eles foram colocados neste pedestal, da verdadeira realeza americana. Todos têm problemas, especialmente porque ninguém teve o tipo de fama como Elvis teve. Sinto que o filme é uma espécie de advertência sobre a fama e como isso afeta a vida das pessoas. Qualquer pessoa que colocarmos em um pedestal, ou que idolatramos, não conseguirá lidar porque sempre haverá um ser humano por trás. Nós realmente tentamos abrir a cortina sobre quem são essas pessoas na vida real.
Que dicas Priscilla te deu quando encontrou com ela? Ficar frente a frente com ela já me deu muita informação. Sinto que só isso já respondeu umas 1.000 perguntas que eu pudesse ter. Ela me disse, porém, que eu deveria me certificar que havia amor entre eles e que os dois realmente se importavam um com o outro. A maioria das memórias que ela tem de Elvis é com carinho, nos altos e baixos.
Você se lembra da primeira vez que ouviu uma música de Elvis Presley? Sempre ouvimos Elvis em casa durante a minha infância. Provavelmente já ouvia no útero da minha mãe. Tenho uma lembrança de ir para Graceland com a minha família e ver meu pai muito emocionado com a música If I Can Dream, que estava tocando nos alto-falantes. Vi meu pai chorando. É essa memória de Elvis que sempre carrego comigo: sobre a importância que ele teve na vida das pessoas.
Não há músicas de Elvis no filme. Você acha que fez falta? Acho que Sofia Coppola é uma espécie de gênio ao montar trilhas sonoras. Quando ela descobriu que não poderia usar as músicas de Elvis, isso se tornou um desafio divertido e criativo. Esta é a história de Priscilla. Estamos acompanhando a história dela, é isso que interessa.
Como foi trabalhar com Sofia Coppola? Ela é incrível. Ela é a diretora dos meus sonhos. Assisti ao primeiro filme dela quando eu tinha 15 anos e mudou a minha maneira de ver o cinema. Ela cria ambientes muito generosos no set que permitem as pessoas serem criativas e a expressar suas opiniões. É fácil identificar um filme de Sofia porque ela tem uma identidade própria. A maneira como ela contou a história é linda. Ela não tem ego nem sente que precisa provar nada para ninguém. Ela já é o que é. Foi uma oportunidade incrível.
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