A relação turbulenta de Angelina Jolie com o pai religioso, Jon Voight
Ator publicou vídeo em que diz que Jolie 'não tem nenhuma compreensão da honra ou das verdades de Deus' — atriz pede por cessar-fogo em Gaza
Angelina Jolie e o pai, Jon Voight, acabam de se desentender em público devido a discordâncias sobre o conflito entre Israel e a Faixa de Gaza, mas a desavença familiar é de longa data — e começou quando a atriz tinha apenas 1 ano de idade. Em 1975, Voight, astro de clássicos como Perdidos na Noite (1969), teve Jolie com sua então esposa Marcheline Bertrand. Um ano depois, ele a traiu e abandonou a família, deixando a criação de Angelina e James Haven à mãe solteira, com a qual ambos tinham uma ótima relação.
Tomando o partido da mãe, eles dispensaram qualquer carência paterna — mas Voight, mesmo assim, continuou tecendo comentários públicos sobre a filha enquanto ela atingia fama global. No segundo divórcio de Jolie, por exemplo, ele declarou o desejo de que ela procurasse ajuda psicológica. Em 2007, ele lamentou ao tabloide People: “Parte meu coração que meus filhos falem de mim de maneira pejorativa”.
Em 2010, porém, ambos tiveram uma breve reconciliação com a ajuda de Brad Pitt, que fez a ponte para que o avô enfim conhecesse seus netos. Após tal encontro, a relação se apaziguou e o ator até compareceu à estreia de Na Terra de Amor e Ódio, segundo longa dirigido por ela. Desde então, porém, o contato parece ter sido suspenso novamente. Voight se tornou um dos poucos apoiadores fervorosos de Donald Trump em Hollywood, enquanto Angelina é uma de suas opositoras ferrenhas.
Na última semana, eles entraram em atrito novamente quando Jolie declarou seu apoio ao povo palestino e pediu pelo cessar-fogo na guerra israelense em sua conta do Instagram. Voight então a respondeu na mesma rede com um vídeo de 3 minutos, no qual a rechaça enquanto posa à frente de uma bandeira dos Estados Unidos.
Em sua primeira postagem, Angelina afirma estar horrorizada com os ataques terroristas, reféns e mortes em Israel, mas ressalta que tal terror “não pode justificar as vidas inocentes perdidas no bombardeio da população civil de Gaza, que não tem para onde ir, nem acesso a comida ou água”. No dia seguinte, 1º de novembro, ela retornou à rede social para ilustrar suas afirmações com uma imagem do acampamento de refugiados Jabalia, ocupado por palestinos desde os anos 1940. “Este é o bombardeio calculado de uma população presa que não tem para onde fugir. Gaza tem sido uma prisão a céu aberto há quase duas décadas, e agora rapidamente se torna uma cova massiva. 40% dos mortos são crianças inocentes. Famílias inteiras estão sendo assassinadas. Enquanto o mundo assiste, e com o apoio ativo de vários governos, milhões de civis palestinos estão sendo coletivamente punidos e desumanizados.”
Em sua resposta, Voight afirma que Jolie “não tem nenhuma compreensão da honra ou das verdades de Deus”. Segundo o ator, o conflito atual é sobre “destruir a história da Terra de Deus, a Terra Santa, a Terra dos Judeus” e “esses animais querem exterminar judeus e cristãos”. Ele rebate a filha chamando de “mentira” a alegação de que Israel está matando inocentes: “Todos têm livre-arbítrio, mas são presos pelo país bárbaro que os utiliza como escudos. As crianças são usadas por estes animais para que todos pensem que Israel as está matando, quando esse é o plano do Hamas. Permita que as forças da verdade e da Justiça nos unam”, disse.
Atualmente, a guerra já tomou mais de 9.770 palestinos e feriu mais de 22.900, enquanto Israel teve aproximadamente 1.400 perdas e 5.400 feridos, segundo dados veiculados pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.