A curiosa jogada de marketing que uniu o novo ‘Alien’ ao ET de Varginha
'Alien: Romulus' espalhou anúncios irônicos e teve première nacional no berço do suposto ET mais famoso do Brasil
Em 1979, Ridley Scott mudou o cinema de horror para sempre ao dirigir e lançar Alien, o Oitavo Passageiro. Até hoje considerado um dos filmes mais assustadores da história, o longa foi origem de uma franquia que gerou mais oito filmes e meio bilhão de dólares. Trazido à vida pelo ator Bolaji Badejo e um figurino rico em detalhes e realismo, o alienígena chamado “Xenomorfo” logo adentrou os pesadelos de milhares de espectadores, mas ganhou um rival a sua altura 17 anos depois, quando três meninas de Minas Gerais disseram ver um ser estranho, baixinho e de olhos vermelhos: o ET de Varginha. Passadas algumas décadas, folclore local e ficção se casaram, e agora múltiplos outdoors espalhados pela cidade mineira usam a história infame para divulgar Alien: Romulus, novo lançamento da franquia.
“De ET a gente entende”, diz um anúncio ao lado de uma loja de construção. Outro, em um posto de gasolina, anuncia que “os visitantes do espaço estão de volta”. Um ônibus envelopado ironiza: “Aqui em Varginha, chamamos de documentário”. Além dos anúncios jocosos, a cidade ainda foi a escolhida para a première brasileira do filme no Café Shopping Center, muito distante do típico circuito entre São Paulo e Rio de Janeiro.
A história do ET de Varginha
Tudo começou em 20 de janeiro de 1996, quando o trio de garotas alegou ter visto a criatura quando voltavam para casa. “Era marrom e baixinho. Estava agachado e dava a impressão de ser uma coisa muito mole, parecia que ia estourar, com pele lisa e olhos vermelhos. Foi coisa assim, rápida, de você bater o olho e falar, é assim e pronto. É isso. Mas não tinha como ser humano, nem ser um animal”, disse a testemunha Kátia Andrade Xavier — que tinha 22 anos na época do caso — em entrevista ao EPTV Sul de Minas em 2006. Segundo ela e as amigas, retornaram ao local menos de meia hora depois do susto, mas só encontraram um odor desagradável, uma marca no chão e um pedreiro que teria lhes informado que os bombeiros haviam capturado a criatura.
Logo depois, outros relatos ganharam popularidade pela cidade. Um casal, por exemplo, disse ter avistado um objeto voador comprido que emanava uma fumaça clara e teria perturbado o gado. Uma semana antes, no dia 13, um piloto disse ter visto nave similar passar pelo céu e cair nas redondezas. Ao se dirigir para o local do acidente, crendo se tratar de um dirigível acidentado, teria encontrado o exército e a polícia militar já estacionados ao redor dos misteriosos escombros e sido ordenado a não contar nada a ninguém.
Relatos do tipo e os livros de ufólogos como Ubirajara Rodrigues e Marco Petit engrossam a história. Histórias sobre a captura e morte do suposto alienígena envolvem policiais, militares e hospitais da cidade. O exército, porém, diz que o tal ET de Varginha se tratava de um morador da região em que as meninas passaram, o “Mudinho”, que lidava com problemas mentais e tinha uma cabeça maior do que o regular. Mesmo assim, as testemunhas negam a semelhança entre o que viram e ele.
Desde então, a mitologia sobre o caso apenas aumentou. Hoje, Varginha é um dos maiores referenciais em ufologia do mundo, mas sua população ainda aguarda respostas claras e definitivas sobre as lendas que ali pipocam.
Alien: Romulus
Estreia desta quinta-feira, 15 de agosto, Romulus se passa 20 anos após os acontecimentos do primeiro filme da franquia e acompanha um novo núcleo de personagens. Com o sonho de deixar um planeta devastado, os jovens invadem uma estação espacial desativada, mas lá descobrem mistérios e criaturas fatais, como o xenomorfo e os facehuggers, que se agarram aos rostos de humanos e os inseminam com bebês alienígenas.
Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:
- Tela Plana para novidades da TV e do streaming
- O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
- Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
- Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial