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O que é fato e ficção em filmes e séries baseados em casos reais

O que a ciência e a História dizem sobre o fim do mundo de ‘Paradise’

Trama do Disney+ enfim revelou como o "apocalipse" aconteceu na Terra, com algumas referências científicas e históricas escondidas

Por Amanda Capuano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 fev 2025, 11h16 - Publicado em 27 fev 2025, 10h44

O episódio mais recente de Paradise, lançado nesta terça-feira, 25, no Disney+, enfim mostra ao público como o mundo chegou ao fim na trama — e não foi apenas com uma catástrofe natural, mas com uma conjunção inacreditável de desastres. A história, obviamente, é pura especulação, mas há pequenos fundamentos espalhados pela trama com referências históricas ou científicas. O texto a seguir contém spoilers do episódio 7 da série.

Na história, tudo começa com uma mega erupção na Antártica, desencadeada pelo derretimento do gelo na região por conta das mudanças climáticas. O desastre lança cinzas vulcânicas por boa parte da Terra, e gera um tsunami de proporções globais que inunda praticamente toda a América do Sul, e chega até os Estados Unidos. Há ainda terremotos e a iminência de uma guerra nuclear, que é interrompida quando o presidente dos Estados Unidos ativa um dispositivo que desliga todos os equipamentos eletromagnéticos da terra, inclusive os satélites, lançando o planeta em uma escuridão não apenas literal, mas também tecnológica.

É possível que o fim do mundo aconteça por causa de vulcões na Antártica?

O derretimento da calota polar é uma preocupação crescente dos cientistas, especialmente na Antártica. Isso porque, a região polar é uma das áreas de maior concentração vulcânica do mundo, com cerca de cem deles escondidos sob a superfície gelada — mas apenas dois são ativos. Por agora, eles não são uma ameaça, e um desastre das proporções mostradas na trama é praticamente impossível — mas assim como na série, cientistas alertam que é preciso tomar cuidado com o aumento da temperatura global, já que o impacto do derretimento do gelo na cadeia vulcânica pode ser imprevisível.

A ideia de um impacto futuro, em teoria, é simples: conforme o peso sobre os vulcões diminui a medida em que o gelo derrete, os gases presos no magma são liberados com alta pressão, impulsionando erupções. Essa dinâmica foi vista com vulcões na Islândia e no noroeste do Pacífico dos EUA, disse Adelina Geyer, vulcanóloga da Geosciences Barcelona, à revista americana Science. “Assim que as geleiras começam a recuar, a atividade vulcânica começa a aumentar” explicou a pesquisadora, mas nenhum caso do tipo foi registrado na Antártica até o momento.

Em um artigo para a revista The Conversation, o professor de vulcanologia John Smellie explica que a erupção de um único vulcão dificilmente causaria grandes impactos. Ele alerta, no entanto, para um cenário improvável: uma reação em cadeia em que diversas erupções próxima a “rios de gelos” subterrâneos na região gerariam um derretimento amplo, desestabilizando o sistema e acelerado a liberação de água no oceano. A estimativa, hoje, é que cerca de 80% das reservas de água doce do mundo estão na Antártica e, se derretessem, elevariam o nível global do mar em cerca de 60 metros — o que levaria à inundação de diversas áreas do planeta, ao possível aparecimento de doenças erradicadas e em uma série de outros impactos drásticos para a vida humana.

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O presidente dos Estado Unidos tem uma mala nuclear?

A resposta simples é sim, o presidente americano tem uma mala nuclear, mas ela não é um aparato cheio de botões como é mostrado na série. Na prática, a mala carrega um série de informações confidenciais sobre os planos e arsenais nucleares americanos, que pode ser consultada pelo presidente onde ele estiver. A maleta, inclusive, é sempre levada por um militar, e não fica a mais de alguns passos do presidente.

O medo de que uma guerra nuclear destrua o mundo, no entanto, é uma preocupação real há anos — muitos especialistas, inclusive, afirmam que um lançamento nuclear, hoje, com o arsenal mantido por diversos países, seria uma ação suicida, e levaria a uma catástrofe nunca antes vista. Não à toa, relógio do Juízo Final (que mede, simbolicamente, o quão distante o mundo está da aniquilação) está, em 2025, a apenas 89 segundos da meia-noite — o ponto mais próximo do “apocalipse” já registrado, levando em conta, entre outras coisas, ameaças sobre uso de armas nucleares pela Rússia em meio à invasão da Ucrânia e mudanças climáticas.

A hipótese lançada na série de que o presidente teria um cartão capaz de desativar todas as funções eletromagnéticas do mundo, até onde se sabe, é pura ficção. Há, no entanto, um acontecimento citado na trama que de fato aconteceu: em meio à crise dos mísseis de Cuba, em 1962, um submarino soviético perdeu a comunicação com o resto da frota em meio à iminência de uma guerra nuclear com os americanos. O protocolo da marinha soviética determinava que, em caso de ataque inimigo, seria preciso aprovação unanime para responder com o lançamento de torpedos nucleares. Achando que estavam sendo atacados, dois dos oficial defenderam o lançamento, mas um terceiro se negava a participar. Com o veto de Vasili Alexandrovich Arkhipov, a ogiva não foi lançada, e ele ficou conhecido como o homem que salvou o mundo. Em Paradise, o acontecimento é citado pelo oficial americano que cria o dispositivo usado pelo presidente para desarmar todas as armas nucleares do mundo.

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