A conversa marcada pela direção do PSDB na semana que vem com o ex-governador João Doria é puro teatro, cujo pano de fundo é uma cerimônia do adeus à candidatura dele à Presidência da República.
Nesse encontro, será dada a chance a Doria de propor uma saída – honrosa ou desonrosa, dependerá –, pois na prática está decidido o apoio ao nome da senadora Simone Tebet, numa aliança dos tucanos e do Cidadania com o MDB.
A pesquisa encomendada para saber qual dos dois reuniria melhores condições de concorrer é mero detalhe. A decisão seguirá as normas da política e, por essas, Doria está rifado dentro do PSDB. Se insistir em concorrer, não terá dinheiro do Fundo Eleitoral e ainda correrá sério risco de ser derrotado na convenção daqui a dois meses.
Para se precaver da intenção do ex-governador de recorrer à Justiça, a direção do partido ouviu especialistas no ramo que asseguraram: na escolha de candidatos, a convenção é soberana, enquanto prévias são atos preparatórios de consulta.
E por que a certeza de que Doria perde na convenção? Porque se baseia no fato de que a maioria dos deputados aliados ao então governador nas prévias deixou o partido na janela partidária de março último, e os que ficaram hoje são contra a candidatura dele por temerem efeito negativo da rejeição do eleitorado ao ex-governador.
Entre eles, os parlamentares ligados ao atual governador de São Paulo e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia.