Na avaliação de Carlos Augusto Montenegro, do Ipec (ex-Ibope), o PSDB fez a escolha correta ao optar pela aliança com o MDB e o Cidadania em torno da candidatura presidencial da senadora Simone Tebet. “João Doria está fora, não tem nenhuma chance porque é muito conhecido e muito rejeitado”, diz ele.
Montenegro ainda vê como mais provável o embate entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio da Silva, mas, no campo das hipóteses ainda que remotas, considera a possibilidade de a senadora crescer na preferência do eleitorado.
“Ela é diferente do que está aí, é mulher, tem baixa rejeição, alto grau de desconhecimento e, portanto, em tese tem uma grande avenida por onde transitar”, analisa. E acrescenta: “Vai depender de ela conseguir mover a preferência de um eleitorado em que o nível de definição é muito elevado”.
Nas pesquisas espontâneas, 85% as pessoas já se dizem decididas agora em maio quando em eleições anteriores esse índice era de 30% nessa mesma altura do processo.
A tarefa da senadora não é fácil. “Tem de primeiro ultrapassar a barreira dos 8% de Ciro Gomes, depois o patamar de 28% de Bolsonaro, mas, se conseguir, torna-se oponente de Lula com boa chance de vencer no segundo turno”, na opinião de Carlos Augusto Montenegro.
A dificuldade é que o petista sabe que seu melhor adversário é Bolsonaro e, por isso, tudo fará para que o embate com o presidente se mantenha vivo sem espaço para novos personagens na cena. Se porventura der sinais de crescimento, Simone Tebet será alvo da ofensiva do PT.