O Discurso do Rei: o mundo de ilusões da vida virtual
Colunista discute o peso das telas e redes sociais nas habilidades humanas de refletir e questionar, gerando problemas como a depressão
Depois da internet, quase todos nós achamos que somos ou poderemos ser reis. A regra de que o filho mais velho é obrigatoriamente o que reinará nações, impérios e reinos pode ser objeto de uma discussão respeitosa, afinal de contas, estamos falando do direito à monarquia.
Nesse relato verídico, muito bem encenado nos cinemas, não falamos só de reinado. Falamos de vencer medos, encarar problemas e dedicar o seu tempo para mudar a sua vida, mesmo você sendo um soberano.
As telas de telefones e computadores têm nos tornados súditos fiéis de um rei virtual de ilusões que nos prende a um reino que poucos estão vendo que será passageiro e devastador. As invasões aos nossos olhos e cérebros são rápidas e marcantes, não temos tempo sequer de gaguejar, que dirá pensar ou refletir.
Toda uma geração de súditos fiéis e ignorantes como na Idade Média se submetem ao maçante destino de seguir ou rolar ideias rasas e desconexas, mas que influenciam e determinam o que pensamos, o que faremos e seremos.
Mesmo não sendo um rei, todos nós um dia enfrentaremos o discurso da vida, que certamente não estará nas telas e, sim, em nós mesmos, só não foi escrito. É difícil imaginar que poucas pessoas têm a percepção do saber e entender sem se envolver e serão elas que terão seus próprios castelos. Estamos construindo uma geração que trocou o pensar pelo “rolar”.
O não informar, educar e instruir sempre foi o melhor sistema de governar. A monarquia sempre soube que essa era a melhor maneira de controlar e, hoje, os novos reis dominam as massas sem precisar de coroas ou sangue real.
Assim como na era dos castelos em que brasões e armaduras reluzentes chamavam a atenção, imagens bem produzidas e frases de impacto fazem a superficialidade de uma informação das redes ter notoriedade e ser seguida e respeitada, mesmo que a maioria não tenha ideia do que significa.
Não lemos mais. Não paramos para pensar, discutir, questionar por que achamos que temos que seguir a veloz carruagem do conteúdo aceleradamente produzido para as telas. A vergonha de não estar atualizado com novos aplicativos, abreviações, jogos ou influencers parece nortear nossa vida mais do que livros, museus ou artes.
Estamos gerando exércitos de deprimidos, sedentários e infelizes camponeses que tem um enorme campo para plantar e produzir, mas que mal sabem o que é uma semente. Ainda que todas as informações estejam na tela, “perde-se” tempo para ler e compreender como fazer.
O pior nisso tudo é que talvez essa minha batalha de alertar pouco efeito terá, porque muito provavelmente quem mais precisa de ajuda não “perderá” tempo chegando ao final desse texto.
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