Exposição na Bienal de Veneza discute o rápido crescimento das cidades
Mostra aponta que nunca os centros urbanos se expandiram e se multiplicaram tanto como nos últimos 25 anos
Um dos projetos que valem a pena serem conferidos na Bienal de Arquitetura de Veneza é a exposição Conflitos da Era Urbana, com curadoria de LSE Cities, a área de estudos urbanos da London School of Economics. O intuito da mostra é revelar as principais tendências e desafios de metrópoles do mundo todo, ressaltando que os centros urbanos cresceram mais rapidamente nos últimos 25 anos do que em toda a história da civilização.
“Vilas de pescadores foram transformadas em megacidades e desertos se tornaram playgrounds urbanos. A velocidade e escala dessa transformação é sem precedentes. A cada hora, mais de 50 novos residentes chegam a cidades como Kinshasa (Congo) e Dhaka (Bangladesh)”, diz o texto de apresentação da exposição.
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Uma pesquisa feita em 186 cidades mostra que a população residente mais do que duplicou em 25 anos, enquanto suas pegadas ambientais aumentaram quase cinco vezes no mesmo período. Mas a densidade caiu, ou seja, se tornaram mais espalhadas, ao mesmo tempo em que espaços públicos abertos ficaram mais raros. Na África e na Ásia, que concentram 90% desse crescimento, o desenvolvimento urbano é pouco regulamentado ou nem sequer planejado.
As consequências sociais e ambientais são enormes e atingem milhões de pessoas. “Cidades instantâneas de imensa fragilidade e precariedade aparecem durante a noite, enquanto outras lutam para tentar investir e planejar futuros urbanos capazes de se adaptar em resposta a necessidades, pressões e desejos ainda desconhecidos”, prossegue o texto.
Um bilhão de pessoas deve passar a viver em centros urbanos nas próximas décadas, o que representa uma oportunidade para as cidades de tentar fazer as coisas direito e assim acomodar o crescimento futuro ou ir pelo caminho mais difícil, impondo soluções inflexíveis. Algumas conseguirão crescer de forma mais equitativa e outras sofrerão com o crescimento desordenado.
Por Mariana Barros
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