A decisão final da agência mundial antidoping sobre maconha no esporte
Após polêmica envolvendo a atleta americana Sha'Carri Richardson, a Wada prometeu revisar as punições e a política de consumo da cannabis
Em junho de 2021, a atleta americana Sha’Carri Richardson venceu com folga a etapa classificatória para os Jogos Olímpicos de Tóquio ao correr 100 metros em 10.86 segundos. Mas ficou de fora da competição mundial depois de testar positivo para uso de cannabis. A suspensão causou revolta no esporte e a Agência Mundial Antidoping (Wada) se comprometeu a fazer uma revisão das regras sobre o uso da erva. Mas o resultado divulgado nesta sexta-feira (23) mantém a cannabis como uma substância ilegal.
Segundo a Wada, o uso de maconha “viola o espírito do esporte”. Mas a instituição afirmou que vai continuar monitorando o tema. “A Wada está ciente da diversidade de opiniões e percepções relacionadas a essa substância em todo o mundo, e até mesmo dentro de alguns países”, afirmou o diretor geral, Olivier Niggli. “Planejamos continuar a pesquisa nesta área em relação aos potenciais efeitos de melhoria de desempenho, impacto na saúde dos atletas e também em relação às percepções de cannabis pelos atletas e especialistas em todo o mundo”, concluiu.
O período de suspensão dos atletas já foi reduzido de dois anos para um a três meses, mas ativistas do uso da cannabis ainda afirmam que é preciso revisar a política. O problema, segundo os órgãos responsáveis, é que o uso da cannabis ainda é ilegal em muitos países do mundo. No Reino Unido, por exemplo, quem é pego com a erva pode passar até cinco anos na prisão. No Brasil, o porte para uso individual não é crime, mas há muita controvérsia sobre a quantidada permitida, já que a lei não estabelece parâmetros claros.
Além da Cannabis, a Wada também afirmou que o analgésico opióide Tramadol entrará para a lista de substâncias banidas do esporte a partir de 2024 por conta de sua capacidade de provocar dependência grave.