Greve nas universidades estaduais da BA completa dois meses sem avanços
Governador Rui Costa (PT) voltou a dizer que não tem como atender a todas as demandas dos professores
A greve nas quatro universidades estaduais da Bahia completa dois meses no próximo dia 9 de junho sem prazo para acabar. Nesta segunda-feira, 3, o governador Rui Costa (PT) voltou a dizer que não tem como atender a todas as demandas dos professores da Uneb (Universidade do Estado da Bahia), Uefs (Universidade Estadual de Feira de Santana), Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) e Uesc (Universidade Estadual De Santa Cruz), que estão com os braços cruzados desde abril.
“Não haverá alteração no que foi dito. Não conseguimos fazer mais do que fizemos. O quadro do país só se agravou. Hoje não está melhor do que há dois meses. Hoje está pior. O cenário do Brasil é mais greve do que era há 60 dias. Não é possível oferecer nada. Só posso oferecer aquilo que tenho convicção que posso pagar. Não será oferecido nada além do que foi oferecido”, declarou Rui Costa.
A greve dos professores universitários é maior enfrentada pelo governador baiano desde 2015, quando tomou posse no cargo. Nos últimos dias, o petista acusou a paralisação de ser “partidária” e comandada pelo PSOL. “É inacreditável que um político que se diz de esquerda utilize argumentos tão rasos para desqualificar uma greve legal e legítima”, rebateu o presidente do PSOL na Bahia, Fábio Nogueira.
Para encerrar a greve, Rui Costa determinou o corte no salário dos grevistas, e argumentou que a medida foi tomada para não parecer que os professores estão de “férias”. A Justiça mandou o governador pagar os rendimentos cortados dos docentes da Uneb, mas, segundo a Aduneb (Associação dos Docentes da Uneb), a ordem foi desobedecida.
O governo alegou que “o corte dos professores grevistas segue rigorosamente a legislação vigente no país”. Segundo a coordenadora da Aduneb, Ronalda Barreto, a greve não acaba até que a gestão estadual atenda alguns pontos, como a questão da dedicação exclusiva dos docentes. “Nós estamos esperando a movimentação do governo para avaliar a proposta. É importante para categoria também que seja estabelecida uma mesa de negociação constante”, declarou a VEJA.