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Augusto Nunes

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Vlady Oliver: Coisa de pobre

Antes que algum imbecil me tome por preconceituoso, aviso que estou falando de pobreza emocional

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h13 - Publicado em 30 nov 2016, 08h38

Só tem memória quem tem. Só consegue uma informação relevante quem viveu a história toda pra contar. Quem foi até Cuba e só se refestelou nos camarões com certeza não viu o engodo com todas as letras. Socialismo é coisa de pobre, como diria Caco Antibes. Só pobre, com essa tendência natural a um encosto, essa falta crônica de talento individual, é capaz de acreditar numa religião, numa seita ou num golpe do baú para aplacar suas pobrezas.

Prefere acreditar em tudo isso antes de acreditar em trabalho e mérito. E não estou falando de pobreza material, aviso antes que algum imbecil me tome por preconceituoso. Estou falando  de pobreza emocional, de carências afetivas e intelectuais que transformam uma frustração em bandeira, defendida por dez entre dez cretinos fundamentais, que se escondem no “coletivo” para aplacarem suas misérias individuais e sua animalidade mal elaborada.

Onde foi tentada, a porcaria sempre sucumbiu. E por motivos óbvios. O comunismo se sustenta na pretensão de dar condições materiais a quem não tem condições morais para tê-las. Percebam que é a religião predileta de bandidos e encostados diversos. Não se fabrica um prego em Cuba, essa ilha emoldurada na burrice. Vive-se das quirelas do Estado. Engana-se os trouxas. O comunismo coloca lado a lado aquele que produz mil tijolos por dia e aquele que produz só dois. Somados e divididos socialmente por dois, a conta vai fazer a alegria de quem produz dois tijolos e recebe 501.

Mas quem tem de produzir mil tijolos e ficar com os mesmos 501 – a metade do que produziu – torna-se absolutamente prostituto com a situação (para o meu texto parecer elegante). E cruza os braços em protesto. A decadência desses lugares é só a face mais exótica de uma extinção em massa, causada pela absoluta falta de liberdade para empreender, pensar e trabalhar, sem os grilhões dessa escravatura moderna.

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Comunista, como qualquer extremista, quer nos ensinar o que comer, o que pensar, o que não pensar e como servir aos interesses de um bando de picaretas. Tamanha reverência a um facínora só pode esconder o caráter avariado de quem sonha com uma sevícia, seja na condição de seviciado, seja na de seviciador. É nessa putrefação moral que um modelo como esse ganha adeptos. Ganha simpatizantes e defensores.

Fidel era o último animal exótico desse zoológico que era caro de manter e deprimente de enxergar. Por uns tempos, o zoo cubano foi comprado e mantido com dinheiro do BNDES pelo magnata dos pedalinhos e apartamentos superfaturados, amigo de pinga do outro canalha velho. E a falcatrua se manteve no reinado da coração indecente. Devo ter meu quinhão de camarões para degustar, lá naquela ilhota encostada num barranco. Era o meu dinheiro que financiava esses larápios todos. Um dia ainda cobro essa fatura. Vagabundos.

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