Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Um menino favelado implodiu o Cabral que Lula inventou

Em vez de um governador e um presidente, Leandro dos Santos viu dois reizinhos nus

Por Augusto Nunes Atualizado em 11 jan 2017, 16h09 - Publicado em 11 jan 2017, 16h06

15536798_1340122702707161_311800401_o

Publicado em 21 de novembro

Caprichando no sorriso de aeromoça e na voz de seminarista que furta o vinho do padre, Lula lê no vídeo acima, gravado na campanha eleitoral de 2010, o texto produzido por um marqueteiro a serviço de Sérgio Cabral. (Prudente, o redator não incluiu um único plural na lengalenga costurada para explicar por que o governador do Rio merecia ficar no emprego mais quatro anos). “É tão bom cuidar dos pobres… Eu acho que o Sérgio está fazendo isso com muito carinho”, recita Lula na largada.

Na primeira escala, estaciona no olhar do candidato: “É o olhar fraterno, é o olhar generoso, sabe?”. Desce dois palmos e para no  peito: “É a pessoa trabalhar um pouco com o coração”. Faz a meia volta e regressa à região ocular: “O Sérgio é pura emoção, o Sérgio parece durão, mas eu já vi ele lacrimejar os olhos muitas vezes falando do povo do Rio de Janeiro”, garante Lula antes do fecho em dilmês castiço: “Eu acho que o povo precisa de gente assim e ninguém, ninguém trata com a alma que o Sérgio trata as pessoas”.

Continua após a publicidade

Um homem público desse quilate é raridade que não se pode desperdiçar, reincide o palanque ambulante no vídeo abaixo. “Votá no Sérgio Cabral é quase que um compromisso moral, ética, pulítico”, adverte o torturador da verdade e do idioma. “É um compromisso de honra pra quem quer garanti um futuro melhor para o nosso filho, para os nossos netos , para aqueles que a gente ama”. Não é pouca coisa.

Mas não é tudo, informa o resto do falatório. “Esse homem já provô qui é um homem de bem, qui é um homem que gosta do Rio, que é um homem qui tem competência pra fazê as coisa que os outros não fizeram”, afirma Lula, que em seguida se volta para Sérgio Cabral e, olho no olho, arremata a patuscada: “Por isso, meu cumpanhero Sérgio, si eu não tivesse qui votá em São Paulo, eu iria transferi o meu título pra votá em você pra governadô do Rio de Janeiro”.

Continua após a publicidade

Conversa fiada, berra o vídeo divulgado pelo blog do Ricardo Gama e aqui republicado em 8 de agosto de 2010, no início da campanha que terminaria com a reeleição do candidato que o chefão tentou promover a santo protetor dos desvalidos. Em apenas 73 segundos, a farsa é implodida pela altivez de Leandro dos Santos, um menino negro e miserável que não se assustou com o show de prepotência, vulgaridade, demagogia, intolerância e safadeza eleitoreira protagonizado por Lula e Sérgio Cabral.

Em vez da favela-maravilha que a dupla fingia ver em Manguinhos, o garoto sem medo continuou vendo o que vê quem, como ele, morava numa região batizada de “Faixa de Gaza”. Em vez de um presidente da República e um governador de Estado, enxergou dois reizinhos pateticamente nus. Repreendido por Lula, que pontuava cada frase com um “porra!”, não recuou. Insultado por Cabral, que o chamou de “malandragem”, “otário”e “sacana”, avisou que tinha nome. E gravou tudo.

O brasileiro Leandro dos Santos é o grande ausente do noticiário sobre as bandalheiras em que se meteram os dois estadistas de botequim. É preciso saber o que ele achou da prisão de Sérgio Cabral, ou também se pergunta o que espera a Justiça para instalar Lula em alguma cadeia. É preciso sobretudo lembrar-lhe que até no faroeste à brasileira os bandidos perderam no fim.

Continua após a publicidade

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.