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Augusto Nunes

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Oliver: ‘Eu repilo’

VLADY OLIVER Desde a primeira hora após as manifestações de 15 de março, não entendi a necessidade de alguns de obrigarem as manifestações de hoje a ser maiores do que aquelas. A sociedade está profundamente arredia. Aprendeu com a guerra civil de 2013 que de nada adianta ser manipulada para este ou para aquele lado; […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 01h38 - Publicado em 12 abr 2015, 15h10

VLADY OLIVER

Desde a primeira hora após as manifestações de 15 de março, não entendi a necessidade de alguns de obrigarem as manifestações de hoje a ser maiores do que aquelas. A sociedade está profundamente arredia. Aprendeu com a guerra civil de 2013 que de nada adianta ser manipulada para este ou para aquele lado; para este ou aquele movimento organizado e para frases prontas e pensamentos sob medida.

No momento em que escrevo este comentário ainda não tenho a menor ideia do tamanho que a coisa tomará em São Paulo, mas não tenho receio de afirmar que não importa quantos irão ou deixarão de ir; importa mesmo as respostas que foram dadas aos anseios dessa mesma sociedade.

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Respostas desencontradas, cínicas, atabalhoadas, dissimuladas e sempre prontas a recrudescer ainda mais o golpe em andamento. Se, por um lado, fica cada dia mais claro o inimigo a combater, de outro as armas que nos são oferecidas são pouco mais do mesmo, com célebres figuras públicas admitindo que não vêem saída para a crise, sem ser pelo mesmo lado esquerdo tão falido de sempre.

Fosse este um governo probo, serio, honesto, teria tido uma reação menos mentirosa, truculenta e fisiológica ao correto brado retumbante da nação dormente. Teria pedido o boné antes dos camburões. Como nada disso aconteceu, frustrando as expectativas mais otimistas, acredito que o ódio ao PT, ao governo de turno e a Dilmona rombuda só cresceram e se solidificaram ao longo do mês que separa ambas as manifestações.

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O que virá amanhã?. É a pergunta que todos já se fazem, cansados das mesmas soluções cretinas e improvisadas. Pois eu digo que rapidamente os movimentos populares devem preparar-se para tomar de assalto o Congresso pelo voto, a Justiça pela pressão, denunciar e pedir apoio para denunciar quem são os agentes da petralharia em todo o serviço público, tornar o inimigo público ainda mais público, aliar-se ao que resta da imprensa ainda viva e costurar um discurso de oposição com cabeça, tronco e membros. Muitos membros.

Temo que o próximo passo seja um passo em falso, exortando greves e paralisações que não seduzem o eleitor ávido por um representante verdadeiro e tempos menos conturbados para tocar suas vidas. Se o governo vai comemorar o que ele deve considerar um fracasso — qualquer quórum será visto desse modo, pois só isso interessa a esses carcamanos —, cabe lembrar que estamos a um passo da mais completa insubordinação civil, começando por asfixiar esse governo torpe por aquilo que lhe é mais caro: rapinar os cofres públicos para este projeto de poder marreta.

Quanto mais tempo durar a agonia dessa presidente tampona, mais profunda será a animosidade da população. Estou farto até de protestar. Vou porque é uma decisão cívica e não prática. Na prática, combater Dilma do Chefe com Eduardo Cunha não é lá essa coisas. Se quisermos uma oposição de verdade, teremos que inventar uma. Essa que está na janela está podre. Contaminada pela cartilha ignorante da esquerda, como todas as outras. Essa eu repilo.

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