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O governador que não se envergonha de condecorar em público um fora da lei enterrou na tumba dos negócios secretos os acordos com Cuba e Angola. Aí tem

A folha corrida informa que Fernando Pimentel nunca primou pela prudência. Quando perdeu o emprego de prefeito e virou “consultor”, deixou provas e rastros suficientes para constatar-se que embolsou dinheiro por palestras que não fez e, com meia dúzia de conselhos à distância, precipitou a falência de uma fábrica de tubaína em Pernambuco, fora o […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 01h31 - Publicado em 28 abr 2015, 18h54

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A folha corrida informa que Fernando Pimentel nunca primou pela prudência. Quando perdeu o emprego de prefeito e virou “consultor”, deixou provas e rastros suficientes para constatar-se que embolsou dinheiro por palestras que não fez e, com meia dúzia de conselhos à distância, precipitou a falência de uma fábrica de tubaína em Pernambuco, fora o resto. Neste 21 de abril, o agora governador Pimentel mostrou que faz diante de centenas de testemunhas o que gente sensata não se atreve a fazer mesmo secretamente. Condecorar João Pedro Stédile com a Medalha da Inconfidência, por exemplo.

Se já nasceu desprovido de juízo, se nunca foi acossado pelo sentimento da vergonha, se sempre agiu com o desembaraço dos que se acham condenados à perpétua impunidade, o que teria induzido Pimentel a transformar em segredo de Estado a enxurrada de dinheiro do BNDES que irrigou Cuba e Angola? As boladas remetidas às duas ditaduras de estimação do lulopetismo roçam a fronteira dos 7 bilhões de dólares. Os pagadores de impostos têm o direito de saber que fim levaram.

A fortuna que patrocinou a construção do porto de Mariel foi doação ou empréstimo? Na primeira hipótese, como explicar tamanha generosidade com a velharia comunista devastada pela indigência econômica? Por que presentear a ilha-presídio com modernidades que não existem por aqui? Na segunda hipótese, é preciso saber os detalhes do contrato. Como e quando será quitado? Qual é a taxa de juros? Que precauções adotou o Brasil para zerar o risco do calote e impedir atrasos no pagamento? Quais são as vantagens e contrapartidas capazes de justificar a gastança de dimensões escandalosas?

Se depender da seita que reza no altar de Fidel Castro e se ajoelha diante do caçula Raúl, essas e outras zonas de sombras só serão dissipadas daqui a 13 anos. Isso porque em junho de 2012, um mês depois da entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação, o velho amigo de Dilma disfarçado de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior decretou que só em 2027 deixarão de ser secretos os contratos que envolvem o porto de Mariel e a farra dolarizada em Angola.

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O BNDES premiou numerosos países com financiamentos de bom tamanho. Mas apenas o papelório que detalha os negócios fechados com Cuba e Angola, controlada desde 1979 pelo ditador amigo José Eduardo dos Santos, foi resguardado pela clandestinidade. Os adjutórios repassados aos parceiros liberticidas bastariam para eliminar as carências que atormentam o porto de Santos, responsável por 1/4 da balança comercial brasileira. A profundidade, por exemplo, precisa passar de 13 para 17 metros.

Mariel já nasceu com 18 metros. Em Santos, os 12 quilômetros de cais são cada vez mais acanhados para um movimento anual que em 2013 atingiu 114 milhões de toneladas. Enquanto filas monstruosas congestionam as imediações do porto brasileiro, o similar cubano já conta com 12 quilômetros de ferrovias e 70 quilômetros de estradas pavimentadas com pista dupla. Por que sobram para obras no exterior as verbas que desaparecem na hora de modernizar a infraestrutura em ruínas destes trêfegos trópicos?

O governador que não se envergonha de condecorar em público um fora da lei enterrou na tumba dos negócios secretos um punhado de acordos bilionários. Aí tem. Os brasileiros decentes exigem a imediata quebra do sigilo. E o seu dinheiro de volta.

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