O governador de Goiás resolveu abrir mão do sigilo. Falta agora revelar dois segredos
Depois de saber que o governador Agnelo Queiroz, durante o depoimento na CPI do Cachoeira, aceitara quebrar o sigilo bancário, telefônico e fiscal já quebrado pelo Superior Tribunal de Justiça, o governador Marconi Perillo corrigiu nesta quarta-feira o erro da véspera. Menos mal. Falta agora homenagear o Brasil decente com a revelação de mais dois […]
Depois de saber que o governador Agnelo Queiroz, durante o depoimento na CPI do Cachoeira, aceitara quebrar o sigilo bancário, telefônico e fiscal já quebrado pelo Superior Tribunal de Justiça, o governador Marconi Perillo corrigiu nesta quarta-feira o erro da véspera. Menos mal. Falta agora homenagear o Brasil decente com a revelação de mais dois segredos.
O primeiro encobre a conversa com Lula em que Perillo alertou o então presidente Lula para a roubalheira do mensalão. Um diálogo desse calibre é eternizado na memória com todos os substantivos, adjetivos, verbos, pontos de interrogação ou de exclamação, vírgulas, reticências e pausas. O governador de Goiás tem o dever de reconstituir publicamente a conversa antes que comece o julgamento dos mensaleiros.
A existência de um segundo segredo acaba de ser divulgada pelo blog de Lauro Jardim: Perillo reuniu um acervo considerável de informações sobre maracutaias que envolvem o ex-governador goiano Iris Rezende, do PMDB, e o companheiro Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e da quadrilha do mensalão. Se a temperatura subisse na sessão da CPI, o depoente diria o que sabe. Como petistas e peemedebistas o trataram com muita civilidade, dispensou-se de tirar a carta guardada na manga.
A verdade merece respeito. Não pode ser transformada em instrumento de coerção, nem tratada como mercadoria a barganhar. Se Perillo não revelar o que esconde, estará confessando que um governador do PSDB age como comparsa da bandidagem suprapartidária.