Negromonte e o bando dos 18
Confrontado com denúncias de que andou oferecendo mesadas de R$ 30 mil a parlamentares do PP, em troca do apoio à sua permanência no cargo de ministro das Cidades, Mário Negromonte, do PP da Bahia, tentou explicar-se numa entrevista ao Globo. “Em briga de família, morre todo mundo”, comparou. “Esse pessoal não sabe avaliar os […]
Confrontado com denúncias de que andou oferecendo mesadas de R$ 30 mil a parlamentares do PP, em troca do apoio à sua permanência no cargo de ministro das Cidades, Mário Negromonte, do PP da Bahia, tentou explicar-se numa entrevista ao Globo. “Em briga de família, morre todo mundo”, comparou. “Esse pessoal não sabe avaliar os riscos. Não devemos expor as vísceras. Imagine se começar a vazar o currículo de alguns deputados. Ou melhor, folha corrida”. Na edição desta sexta-feira, o jornal mostrou que Negromonte não exagerou: dos 41 integrantes da bancada do PP na Câmara, 18 respondem ou responderam a algum processo na Justiça por irregularidades. Outros 19 nomes são acusados de ilicitudes variadas, informa um levantamento da ONG Tranparência Brasil. Confira abaixo a turma da folha corrida.
PARLAMENTARES COM ‘FOLHA CORRIDA’
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
Responde a dois inquéritos no Superior Tribunal Federal (STF) e no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB), além de carregar nos ombros 10 ações de execução fiscal e uma notícia-crime.
Aline Corrêa (PP-SP)
É investigada em ação penal no STF por falsificação do selo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Arthur Lira (PP-AL)
Responde por crimes contra a administração pública e improbidade administrativa. Foi acusado de envolvimento em desvio de dinheiro da Assembléia Legislativa de Alagoas.
Beto Mansur (PP-SP)
Foi autuado por trabalho escravo e condenado por usar recursos públicos para promoção pessoal. Responde a pelo menos 35 processos por irregularidades em licitações em Santos, onde foi prefeito.
Carlos Magno (PP-RO)
Acionado pelo Ministério Público por peculato e acusado de usar material e trabalhadores de uma obra pública em uma obra particular sua. Respondeu por desvios de recursos da Assembléia Legislativa de Rondônia.
Carlos Souza (PP-AM)
Já foi autuado por trabalho escravo e responde a inquéritos no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) por tráfico e uso de drogas.
Dirceu Sperafico (PP-PR)
Enfrenta ação penal por crime contra o patrimônio e apropriação indébita.
Dimas Fabiano (PP-MG)
É alvo de uma ação de execução fiscal e uma ação penal no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
Esperidião Amin (PP-SC)
Responde a nove ações civis públicas por danos aos cofres públicos e improbidade administrativa no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC). Já foi condenado a devolver dinheiro às Centrais Elétricas do estado e está recorrendo.
João Pizzolatti (PP-SC)
Condenado a devolver dinheiro público em Pomerode, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamentos de multas e proibição de contratar com o poder público e receber benefícios ou incentivod fiscais ou creditícios. Está recorrendo.
José Linhares (PP-CE)
No STF, consta como indiciado em inquérito (não especificado).
José Otávio Germano (PP-RS)
Alvo de inquérito no STF por peculato. É investigado por desvios e fraudes em licitações no Rio Grande do Sul. Teve bens bloqueados pela Justiça.
Luiz Argôlo (PP-BA)
Responde a vários inquéritos por uso de documento falso, captação ilícita de votos e corrupção eleitoral.
Paulo Maluf (PP-SP)
É alvo de ações penais diversas por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica, além de inúmeras ações civis públicas. Figura na Lista Vermelha da Interpol, ao lado dos 290 bandidos mais procurados do mundo.
Renato Molling (PP-RS)
Responde a duas ações civis públicas (não especificado).
Roberto Balestra (PP-GO)
Processado por danos ao erário na Justiça de Goiás.
Roberto Britto (PP-BA)
É alvo de ação penal por captação ilícita de votos na Bahia.
Roberto Dorner (PP-MT)
Processado pelo Ministério Público Estadual do Mato Grosso por danos ambientais. Em Marcelândia, é processado por crime ambiental.
Isso é que se sabe por enquanto.