Ethan Edwards: ‘E nem temos um Castro Alves para amaldiçoar os novos negreiros’
O comentário de Ethan Edwards sobre o que aconteceu em Guaribas foi direto ao ponto, amigos. Ele falou por nós: Que tristeza, não dá nem vontade de comentar. Que maldição, meu Deus, se abateu sobre este país, onde todo sindicalista vira pelego, todo revolucionário vira funcionário público, todo jovem rebelde, quando envelhece, vira sócio de […]
O comentário de Ethan Edwards sobre o que aconteceu em Guaribas foi direto ao ponto, amigos. Ele falou por nós:
Que tristeza, não dá nem vontade de comentar. Que maldição, meu Deus, se abateu sobre este país, onde todo sindicalista vira pelego, todo revolucionário vira funcionário público, todo jovem rebelde, quando envelhece, vira sócio de uma empreiteira amiga do governo? Por que nossos canalhas choram e recitam o nome da mãe enquanto saqueiam a população miserável? Por que esses que chegam, cheios de ambição, vorazes, não podem simplesmente dizer “quero ficar rico, quero me dar bem na vida” e têm sempre que mascarar sua cupidez com um discurso sobre a “justiça social”, a “fraternidade”, o “fim da exploração”? Por que nossos empresários não tentam, como se faz no mundo todo, enriquecer conquistando o mercado de outro empresários, mas preferem associar-se a seus rivais e, sob a proteção do Estado, saquear a população inerme?
Às vezes acho que as editoras deveriam parar de publicar tantos livros novos e apenas reeditar os que nunca envelhecem, até que todo brasileiro os conhecesse de cor: “Coronelismo, Enxada e Voto”, “Os Donos do Poder”, “O País dos Coitadinhos”, “Vidas Secas”, “Macunaíma”… No máximo, um ou outro novo, como “Gomorra”, para entendermos o PT, e “Honoráveis Bandidos”, para entendermos o que o PT se tornará. No rosto de dona Carmelita Rocha veem-se as marcas deixadas pelos “amigos do povo”. E nem ao menos temos um Castro Alves para amaldiçoar esses novos negreiros.