Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Editorial do Estadão: Integração, sem PT e os Kirchners

Enquanto Brasil e Argentina foram comandados pelo petismo e pelo kirchnerismo, faltou disposição para políticas comerciais mais abertas e mais dinâmicas

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h57 - Publicado em 9 abr 2017, 21h13

A integração regional ganha espaço, de novo, na pauta dos governos sul-americanos, com esforços para revitalizar o Mercosul e para aproximá-lo da Aliança do Pacífico, bloco formado por Chile, Peru, Colômbia e México. A revisão da agenda reflete principalmente a mudança de valores no Palácio do Planalto e na Casa Rosada. Enquanto as duas maiores economias da região foram comandadas pelo petismo e pelo kirchnerismo, faltou disposição, no Brasil e na Argentina, para políticas comerciais mais abertas e mais dinâmicas. A integração iniciada na década de 1990 pelos governos argentino, brasileiro, paraguaio e uruguaio empacou depois dos primeiros passos. O bloco não eliminou totalmente as barreiras internas nem se associou aos mercados mais importantes.

A reorientação de políticas foi mencionada ontem pelo presidente argentino, Mauricio Macri, na primeira sessão plenária do Fórum Econômico sobre a América Latina. O Mercosul, lembrou ele, ficou estancado por muitos anos porque prevaleceu a tendência para o fechamento. A nova agenda, segundo ele, já está em execução, e os passos iniciais foram as conversações entre autoridades brasileiras e argentinas sobre a convergência de normas sanitárias e outros critérios de comércio.

A execução da pauta continua nesta semana. O ministro brasileiro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, discutiu em Buenos Aires, nos últimos dias, medidas para facilitar as trocas na região. Foram conversas limitadas, mas na direção necessária para desembaraçar os negócios dentro do bloco. Numa iniciativa mais ambiciosa, representantes do Mercosul devem reunir-se hoje, no Ministério de Relações Exteriores da Argentina, com seus colegas da Aliança do Pacífico.

A negociação entre os dois blocos pode ser complicada, porque as economias do Mercosul são em geral mais fechadas. Mas a disposição de conversar marca uma notável mudança política nas maiores economias da região. Interrogada sobre a possibilidade de um acordo com a Aliança do Pacífico, a presidente Dilma Rousseff foi enfática na rejeição. Não poderia haver entendimento, se uma das condições fosse uma abertura maior do mercado brasileiro. Não se admitiria, segundo ela, entregar facilmente o grande mercado brasileiro. Essa concepção provinciana e ingênua predomina há muito tempo na política brasileira.

Nenhum negociador sensato e competente faz concessões comerciais sem pedir algo em troca. Mas leva em conta as possibilidades de crescimento econômico e de expansão e de fortalecimento do próprio mercado. Políticas de integração bem concebidas tendem a produzir esses efeitos.

Continua após a publicidade

Ganhos de eficiência foram apontados há mais de dois séculos como consequências do comércio internacional. As condições do comércio mudaram, a divisão do trabalho entre os países foi alterada e as políticas sensatas acompanharam essa evolução. Com a globalização, beneficiaram-se as economias integradas nas cadeias internacionais de valor, hoje baseadas em novas formas de especialização. O Brasil tem participado muito limitadamente dessa integração, assim como dos acordos bilaterais e inter-regionais de comércio.

Decisões pragmáticas foram bloqueadas, durante anos, por escolhas ideológicas e, inegavelmente, por políticas industriais baseadas no favorecimento a grupos favoritos do poder. O protecionismo brasileiro tem sido caracterizado por essa combinação desastrosa de ideologia com promoção de interesses privados. Nisso coincidiram as políticas brasileiras e argentinas, durante os períodos petista e kirchnerista. Tolerou-se o protecionismo, mesmo quando imposto ao comércio intrabloco, e limitaram-se os acordos e oportunidades de participação das cadeias globais de negócios.

Há uma oportunidade de reorientação de políticas. O percurso deve incluir a revitalização do Mercosul, a aproximação com a Aliança do Pacífico, o acordo com a União Europeia e, é claro, a busca pragmática de associação com outros parceiros. O adjetivo “pragmática” é fundamental.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.