Conheça os 12 candidatos ao título de Homem sem Visão de 2014
Com 2314 dos votos válidos (48% do total), Gilberto Carvalho conquistou o troféu de dezembro e, por consequência, a última vaga na finalíssima que elegerá o Homem sem Visão de 2014. O ganhador da disputa anual entrará para a história dos piores entre os piores. Além de ser promovido a hors concours,terá o retrato pendurado na […]
Com 2314 dos votos válidos (48% do total), Gilberto Carvalho conquistou o troféu de dezembro e, por consequência, a última vaga na finalíssima que elegerá o Homem sem Visão de 2014. O ganhador da disputa anual entrará para a história dos piores entre os piores. Além de ser promovido a hors concours,terá o retrato pendurado na galeria em que sorriem para a posteridade o campeoníssimo Lula (HSV da Década), Dilma Rousseff (HSV de 2009), Franklin Martins (2010), Márcio Thomaz Bastos (2011), Ricardo Lewandowski (2012) e Alexandre Padilha (2013), Para que os leitores-eleitores escolham criteriosamente o merecedor do prêmio que desmoraliza para sempre o premiado, a Comissão Organizadora do HSV publica a ficha resumida dos concorrentes:
O ministro da Justiça (como jura a plaqueta na porta do gabinete) arrebatou o primeiro troféu do ano ao enxergar cadeias medievais apenas em Estados governados pela oposição. A candidatura ganhou força quando o ministro não conseguiu ver nada de mais no presídio de Pedrinhas, no Maranhão, especializado em tortura e decapitação de presos. Nos meses seguintes, sempre disfarçado de ministro, foi advogado de Dilma, testemunha de defesa de bandidos de estimação, cabo eleitoral do PT e vigia da Polícia Federal.
André Vargas, vulgo Bocão, lançou a candidatura vitoriosa na abertura do ano legislativo, quando debochou do ministro Joaquim Barbosa com a reprise do gesto que identifica comunistas incuráveis. Depois da afronta ao chefe do Poder Judiciário, o parlamentar do PT aumentou extraordinariamente o cacife eleitoral pendurado no noticiário político-policial. Foi pilhado na cena dos crimes em companhia de Alberto Youssef, conseguiu ser expulso do PT e encerrou a série de feitos com uma façanha prodigiosa: por falta de decoro, foi cassado pelo mais indecoroso Congresso da história.
O ministro do STF provou que a vitória foi merecida já na abertura do discurso de agradecimento. “Dedico este laurel aos excelentíssimos doutores Ricardo Lewandowski e Antonio Dias Toffoli, colegas de pretório excelso, que procrastinaram o trânsito em julgado da Ação Penal 470 de modo a permitir que me juntasse a tempo à bancada dos ministros da defesa”, começou. Minutos depois, caprichou no fecho glorioso: “O ponto voltou para dentro da curva. O jeitinho brasileiro de fazer Justiça se fez presente mais uma vez e conseguimos provar que, no Brasil, é possível existir quadrilha sem quadrilheiros”.
A chefe da Casa Civil não viu nada de errado na compra da sucata em Pasadena nem nos contratos superfaturados da refinaria Abreu e Lima. Incluída entre os denunciados pelo doleiro Alberto Yousseff, garantiu que só viu o gerente de maracutaias do Petrolão em fotos publicadas pelos jornais. A candidatura foi fortalecida pela performance na eleição de outubro. Candidata ao governo do Paraná, conseguiu uma votação de vereadora paulistana.
De poucas palavras e muitas gentilezas a bandidos de estimação do governo, o integrante da bancada dos ministros da defesa do STF consegue enxergar inocentes até na quadrilha que saqueou a Petrobras. No começo do escândalo, viu 12 cidadãos que deveriam ser julgados pela Justiça comum um dia depois de ter enxergado nos mesmos 12 um bando que deveria ser julgado pelo Supremo. Também soltou Paulo Roberto Costa, recapturado pelo juiz Sergio Moro. No momento, mantém em liberdade o companheiro Renato Duque, que examina no recesso do lar duas opções: fugir para o exterior ou esperar em casa a chegada do camburão.
Um dos vice-presidentes do PT, o desconhecido Alberto Cantalice despontou do anonimato (para onde não demorou a voltar) por ter enxergado nove inimigos da pátria em jornalistas e humoristas que insistem em revelar o que o governo tenta esconder. Os nove concorrentes concordam: não se sabe quem vencerá a disputa pelo título de HSV do Ano, mas o lanterninha já está escolhido.
O poste que Lula instalou na prefeitura de São Paulo foi obrigado a candidatar-se ao troféu mensal por ter enxergado uma ótima ideia numa ideia de jerico: tirar férias pela segunda vez em um ano e meio de mandato. Haddad caiu fora do país na semana em que soube que 47% dos paulistanos consideram seu governo ruim ou péssimo. Seu desempenho contribuiu fortemente para que Alexandre Padilha afundasse em outubro e Lula fechasse a fábrica de postes.
A presidente da Petrobras ficou com cara de forte candidata a HSV do Ano quando garantiu que doou três apartamentos aos filhos só para evitar que no futuro brigassem por dinheiro. A campanha cresceu quando a amiga que Dilma chama de Graciosa viu apenas uma coincidência no fato de ter feito a doação logo depois de descobertas mais patifarias envolvendo a sucata em Pasadena. Depois do Petrolão, entrou de vez no grupo dos favoritos na eleição anual.
“Dedico este troféu ao trimestre que está começando”, declarou Guido Mantega ao ser oficialmente informado da vitória na enquete que elegeu o Homem sem Visão de Setembro. “O PIB vai subir mais que o da Alemanha e a inflação pode ficar abaixo de zero”, profetizou o ex-ministro da Fazenda em exercício, que já largou com jeito de campeão por ter errado todas as previsões que fez desde o útero. Na primeira, errou a data de nascimento.
O líder da bancada dos ministros da defesa do STF mostrou que é possível decidir com imparcialidade sempre a favor do governo. Depois de assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, resolveu matar a saudade dos tempos de advogado do PT (sem tirar a toga). Talvez para descansar da trabalheira, acaba de avisar que a oposição está proibida de se opor porque no Brasil não existe terceiro turno. O país também deve ao jovem doutor a descoberta de que não é preciso saber falar nem escrever direito para ser ministro do Supremo.
Chefe da Casa Civil, o Herói da Rendição continua enxergando em Aloizio Mercadante o melhor ministro da Fazenda que o Brasil não teve. Foi ele quem achou uma boa ideia a demissão coletiva do primeiro escalão. Os colegas discordaram e ninguém pediu para ser demitido. Nem Mercadante.
O seminarista que caiu na vida e virou coroinha de missa negra enxergou o caminho mais curto para a conquista do troféu de dezembro na aliança com “movimentos sociais”. Durante a campanha, caprichou na pose de vigia de bordel, ampliou o repertório de palavrões e prometeu melhorar a qualidade do kit-PT, atualmente limitado a quatro itens: propina, tubaína, mortadela e dupla caipira.