Qual é a temperatura da Lua?

A Lua, nosso satélite natural, pode parecer apenas uma rocha fria e sem vida quando comparada à Terra, tão exuberante e biodiversa. Mas ela não é tão simples assim! Apesar de parecer eternamente gelada, a superfície lunar enfrenta variações de temperatura extremas, dependendo da luz solar que recebe.

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Assim como na Terra, a temperatura da Lua muda conforme o Sol ilumina sua superfície. A diferença, porém, é que essas variações são muito mais intensas. Durante um “dia” lunar, que dura cerca de 29 dias terrestres, as temperaturas podem chegar a mais de 100°C sob o Sol e despencar para -100°C na escuridão. Para termos uma ideia, na Terra a temperatura média é de 15°C, embora possa variar entre -89°C e 57°C em regiões específicas, de acordo com a Nasa.

Por que a Lua é tão diferente da Terra?

Há três razões principais para isso. Primeiro, a ausência de atmosfera. A Terra possui uma camada de gases, a atmosfera, que age como um cobertor, retendo o calor e mantendo a temperatura mais equilibrada. A Lua não tem essa proteção, o que a torna vulnerável tanto ao calor intenso do Sol quanto ao frio extremo no lado escuro.

Outro fator, é a ausência de oceanos na superfície lunar. Os oceanos da Terra absorvem energia solar e a liberam lentamente, ajudando a regular a temperatura do planeta. Já a superfície lunar, formada por rochas e poeira chamadas regolito, aquece rapidamente sob o Sol e esfria com a mesma rapidez na sombra.

E, por fim, vem a variação dos dias e noites. Um ciclo completo de dia e noite na Lua dura quase um mês terrestre, o que significa que sua superfície fica exposta à luz solar e à escuridão por períodos muito longos, agravando os extremos de temperatura.

Já o regolito lunar, que compõe o solo da lua, apesar de ser um ótimo isolante térmico, não conduz bem o calor. Isso significa que, embora a superfície esquente e esfrie rapidamente, o calor não se propaga para camadas mais profundas. Durante as missões Apollo 15 e 17, os astronautas mediram a temperatura cerca de 35 cm abaixo do solo e descobriram que ela era de 40 a 45 kelvins (cerca de 40°C) mais quente do que a superfície.

Temperaturas extremas e regiões especiais

Perto do equador da Lua, as temperaturas chegam a 121°C sob a luz do Sol e caem para -133°C na escuridão. Isso faz da Lua o segundo ambiente térmico mais extremo do sistema solar, atrás apenas de Mercúrio. Nos polos lunares, onde o Sol está sempre próximo ao horizonte, há crateras que nunca recebem luz direta, permanecendo na escuridão eterna. Essas regiões podem conter gelo, uma descoberta promissora para a sobrevivência humana em futuras explorações.

A Nasa, com a ajuda do Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), lançado em 2009, tem estudado essas regiões em detalhe. Em algumas crateras sombreadas, foram identificados poços onde a temperatura permanece em torno de 17°C, um clima relativamente estável que poderia servir como abrigo para futuras missões humanas.

Por outro lado, áreas ainda mais sombrias nos polos podem atingir temperaturas extremamente baixas, possivelmente as mais frias do sistema solar, com estimativas em torno de -248°C. Essas crateras são protegidas não apenas da luz solar direta, mas também de outras fontes de aquecimento, como a radiação refletida.

Compreender essas variações de temperatura é essencial para planejar missões espaciais. Equipamentos e habitats precisam suportar as condições extremas e aproveitar ao máximo o isolamento térmico do regolito lunar. Esses estudos também nos ajudam a prever os desafios de uma possível estadia prolongada de humanos na Lua, um passo importante para a exploração espacial.

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