Pterossauros precisaram de pés no chão para virar gigantes, diz estudo
Pesquisadores determinaram quando e como os pterossauros passaram de pequenos escaladores de árvores a assustadores titãs terrestres
Pesquisadores da Universidade de Leicester desvendaram um mistério evolutivo: os pterossauros, os maiores animais voadores da história, só puderam atingir tamanhos colossais — com envergaduras de até 10 metros — devido a sua adaptação para caminhar no solo. Embora conhecidos por sua habilidade aérea, um estudo recém-publicado na Current Biology revela que, além de escaladores, esses répteis dominaram também a locomoção terrestre, o que possibilitou o desenvolvimento de formas maiores e variadas. A pesquisa analisou os ossos das mãos e pés de pterossauros, comparando-os com aves modernas. Esta evolução liberou os pterossauros das limitações de escalada, permitindo que alguns se tornassem gigantes terrestres e voadores.
Os pterossauros viveram entre 252 e 66 milhões de anos atrás foram os primeiros vertebrados capazes de voar, mas sua diversidade não se limitava ao céu. Ao longo de sua história evolutiva, suas mãos e pés exibiram uma variação impressionante, comparável à dos pássaros modernos. Pesquisadores descobriram que os primeiros pterossauros eram especialistas em escalada, com garras longas e curvas que lhes permitiam se agarrar a superfícies verticais, como árvores. Essas adaptações, porém, restringiam seu tamanho, mantendo-os leves e pequenos.
Das árvores para o chão
Entretanto, durante o período Jurássico Médio, uma mudança crucial ocorreu. As mãos e os pés dos pterossauros começaram a se assemelhar mais aos dos animais terrestres, com dedos mais curtos e garras menos curvas. Essas modificações indicavam uma adaptação para caminhar no solo, libertando-os das limitações impostas pela escalada e possibilitando uma expansão ecológica. Isso permitiu que os pterossauros adotassem novas estratégias alimentares, incluindo a evolução de centenas de dentes finos, que usavam para filtrar alimentos em ambientes aquáticos, similar ao que flamingos modernos fazem.
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Uma das maiores descobertas do estudo foi a separação das membranas de voo dos membros posteriores dos pterossauros avançados, permitindo que cada perna se movesse de forma independente. Essa inovação, junto com as mudanças nas mãos e nos pés, tornou esses pterossauros altamente ágeis no solo. Livres das limitações de escalada e equipados com novas habilidades de locomoção, eles puderam atingir tamanhos impressionantes, transformando-se em verdadeiros gigantes voadores do Mesozóico.
Essa nova perspectiva sobre os pterossauros não só desafia a visão tradicional de que eram confinados aos céus, mas também revela a complexidade de sua evolução. Ao explorar tanto os habitats aéreos quanto os terrestres, os pterossauros foram capazes de evitar a competição direta com dinossauros e outros répteis, ocupando nichos ecológicos exclusivos. Essa flexibilidade evolutiva foi essencial para seu sucesso e para o surgimento de algumas das maiores criaturas voadoras que o planeta já viu.