O que acontece no cérebro quando vemos alguém ser tocado, segundo estudo
Pesquisadores mapearam, passo a passo, como o cérebro transforma a visão de um toque em uma interpretação sensorial e emocional
O toque costuma ser entendido como algo que sentimos apenas pela pele. Mas pesquisadores australianos mostraram que basta ver outra pessoa sendo tocada para que o cérebro comece a agir como se estivesse tentando “sentir junto”. Esse efeito já era conhecido por causa de ilusões famosas, como a da “mão de borracha”, em que o cérebro pode assumir um objeto falso como parte do próprio corpo quando vê um toque sincronizado. A dúvida era: o que exatamente acontece no cérebro, e em que velocidade, quando observamos o toque em outra pessoa?
Para responder a isso, os pesquisadores mediram a atividade cerebral de voluntários enquanto eles assistiam a vídeos curtíssimos mostrando diferentes tipos de toque em uma mão: um pincel passando suavemente, um dedo pressionando ou a ponta de uma faca encostando na pele. As imagens eram simples e rápidas, mas o cérebro reagiu quase instantaneamente.
A tecnologia usada, o EEG, capta sinais elétricos do cérebro em intervalos de milissegundos, permitindo ver o processo quase passo a passo. Depois, algoritmos analisaram esses sinais para identificar qual tipo de toque o cérebro estava registrando.
Em apenas 60 milissegundos, o cérebro já tinha identificado quem estava sendo tocado; se a mão parecia ser a própria mão do observador (como numa cena em primeira pessoa) ou a mão de outra pessoa; e até se era uma mão esquerda ou direita. Cerca de 110 milissegundos depois, o cérebro começava a processar como o toque “deveria” parecer na pele, como um deslizamento suave ou uma pontada dolorosa. Por volta de 260 milissegundos, surgiam sinais ligados ao aspecto emocional: se o toque parecia calmante, ameaçador ou dolorido.
Isso significa que, em uma fração de segundo, o cérebro transforma uma simples imagem em uma compreensão rica e detalhada do toque. Ou seja, quem está envolvido, como deve ser a sensação física e qual o clima emocional da cena.
O que isso nos ensina sobre empatia?
Os pesquisadores sugerem que essa resposta rápida mostra que o cérebro faz uma espécie de simulação temporária do que está vendo. Ele tenta adivinhar como o toque seria no próprio corpo, como se desse um “rascunho” interno da experiência alheia. Esse mecanismo pode ser uma das bases da empatia. É por isso que algumas pessoas estremecem ao ver alguém se machucar, enquanto outras não sentem nada.
Há inclusive pessoas que chegam a sentir sensações físicas reais; formigamento, pressão ou até dor; ao ver outra pessoa ser tocada, um fenômeno chamado de “toque vicário”. O estudo ajuda a mapear por que isso pode acontecer tão rápido e de forma tão forte para alguns indivíduos.
Os pesquisadores agora querem comparar essas respostas cerebrais entre quem sente esse toque vicário e quem não sente nada, para entender melhor por que há tanta variação entre as pessoas.
A longo prazo, compreender como o cérebro interpreta o toque apenas pela visão pode ajudar em terapias que usam consciência corporal, em estudos sobre empatia e até na criação de ambientes digitais mais realistas, como simuladores e experiências de realidade virtual.
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