Stephen Hawking aceita convite para fazer viagem ao espaço
O físico de 75 anos será o segundo astronauta mais velho e o primeiro com esclerose lateral amiotrófica a sair da Terra
Em entrevista ao programa britânico Good Morning Britain nesta segunda-feira, o físico Stephen Hawking revelou ter aceitado o convite do empresário Richard Branson, fundador do Grupo Virgin, para viajar ao espaço. “Eu disse sim imediatamente”, afirma o cientista ao contar sobre sua conversa com Branson. Ele admitiu nunca ter imaginado que um dia teria a chance de fazer uma viagem espacial. Durante a entrevista, comentou também outros assuntos relacionados ao cenário internacional.
A viagem não tem data marcada e caso se concretize, Hawking embarcaria em uma das espaçonaves da Virgin Galactic, companhia de viagens espaciais criada por Branson que espera, no futuro, poder levar turistas para além do nosso planeta. Com 75 anos, o cientista seria o segundo astronauta mais velho do mundo e o primeiro com esclerose lateral amiotrófica (ELA) a ir ao espaço. Essa condição ataca as células nervosas, causando a perda do movimento dos músculos e, consequentemente, a capacidade de falar e andar. Hawking foi diagnosticado com a doença aos 21 anos.
Opiniões sobre o cenário mundial
Além de relevar seu desejo de ir ao espaço, o físico também discutiu assuntos como o governo de Donald Trump, a ascensão das mulheres a cargos públicos e Brexit. Sobre Trump, Hawking afirmou ter medo de não poder retornar aos Estados Unidos e estar preocupado, principalmente, com o posicionamento do presidente americano frente às mudanças climáticas e políticas ambientais.
“Trump foi eleito por pessoas que se sentiram desprovidas de direitos pela elite governante em uma revolta contra a globalização”, disse o cientista ao apresentador Piers Morgan. “A prioridade de Trump será satisfazer seu eleitorado, que não é nem liberal, nem bem informado.”
Em relação ao Brexit, o físico argumentou que, se não há como evitar a separação, os políticos devem garantir que o Reino Unido mantenha relações próximas com a Europa e com o resto do mundo, pois afastar-se da Europa “ameaça o status do Reino Unido como um dos líderes mundiais em ciência e inovação”.
Ele também comentou que tem esperança na melhora do cenário mundial com a ascensão das mulheres a cargos públicos importantes. “Se considerarmos mulheres poderosas na Europa, como Angela Merkel, parece que estamos assistindo a uma intensa mudança para as mulheres aderirem a posições de alto escalão na política e na sociedade. Parabenizo estes sinais de libertação das mulheres”, disse.
Futuro da tecnologia
Hawking relevou estar entusiasmado com a possibilidade de explorar planetas parecidos com a Terra em outros sistemas solares, a anos-luz de distância (um ano-luz equivale a mais de nove quadrilhões de quilômetros).
“O sistema recentemente descoberto de sete planetas do tamanho da Terra está a 39 anos-luz de distância. Com a tecnologia atual, não há nenhuma maneira de percorrermos uma distância tão grande”, afirma. Porém, o cientista revela que seria possível enviar nanorobôs utilizando lasers gigantes que viajam a 20% da velocidade da luz. Com isso, os nanorobôs, que pesariam algumas gramas, levariam 240 anos para chegar ao seu destino e mandar imagens de volta para a Terra. “É viável e estou muito animado sobre isso”, disse.
Confira a entrevista completa no programa Good Morning Britain, em inglês: