Starship: terceiro teste do superfoguete da SpaceX acaba mais uma vez em explosão

O mais recente voo de teste da Starship, o gigantesco foguete da SpaceX projetado para missões lunares e marcianas, terminou em falha nesta terça-feira, 27, marcando o terceiro revés consecutivo do programa em 2025. Cerca de uma hora após a decolagem da base Starbase no Texas, o veículo de 123 metros sofreu uma “rápida desmontagem não programada” – o termo técnico usado pela SpaceX para descrever a destruição não planejada – quando perdia altitude sobre o Oceano Índico após apresentar problemas no sistema de combustível.

Apesar do resultado adverso, a empresa de Elon Musk destacou progressos significativos em relação aos testes anteriores. O foguete conseguiu atingir o espaço e completar a queima programada do motor principal, além de marcar a primeira reutilização bem-sucedida de um propulsor Super Heavy, que já havia participado do sétimo voo de teste em janeiro deste ano. Outro avanço importante foi a manutenção da maioria das telhas de proteção térmica durante a fase de ascensão, um problema que havia comprometido missões anteriores.

Entretanto, vários objetivos críticos não foram alcançados. Uma falha mecânica impediu a abertura completa da porta do compartimento de carga, abortando a liberação planejada de oito satélites Starlink de teste. Pouco depois, um vazamento no sistema de tanques de combustível levou à perda de controle de atitude, fazendo com que a espaçonave girasse descontroladamente e inviabilizando testes cruciais como o religamento do motor Raptor no espaço e a avaliação do escudo térmico durante a reentrada. O estágio Super Heavy, que deveria realizar uma manobra experimental de retorno antes de cair no Golfo do México, se desintegrou aproximadamente seis minutos após o lançamento.

Esta missão representou mais um capítulo na abordagem de desenvolvimento “errar rápido, aprender rápido” adotada pela SpaceX. A empresa ressaltou que o voo trouxe melhorias substanciais em relação aos dois testes anteriores deste ano, ambos terminados em explosões antes de completarem dez minutos de voo. O incidente de março, em particular, levou a FAA, agência americana de aviação, a exigir mais de 60 modificações no projeto antes de autorizar este novo lançamento.

Elon Musk demonstrou otimismo após o teste, classificando os resultados como uma “grande melhoria” e indicando que o ritmo de lançamentos deve se intensificar, com novos voos previstos para ocorrer a cada três ou quatro semanas. O sucesso final do programa é crucial para os planos da Nasa, que conta com a Starship para suas missões Artemis de retorno à Lua, atualmente programadas para 2027 ou além. Enquanto isso, a FAA confirmou que está analisando os dados da anomalia ocorrida neste nono voo, mas destacou que não houve relatos de feridos ou danos à população.

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