Quase 25% da África contrairá o novo coronavírus, aponta estudo
Dentre essas pessoas, aproximadamente 200 mil podem morrer por causa do SARS-CoV-2
De acordo com um estudo publicado hoje no periódico científico BMJ Global Health, quase 250 milhões de africanos serão infectados pelo coronavírus durante este primeiro ano da pandemia. Dentre essas pessoas, até 190 mil morrerão, segundo a pesquisa.
Surpreendentemente, conforme indica o estudo, a África terá taxas menores de transmissão do novo coronavírus do que outras partes do planeta. No entanto, as carências do continente africano — a falta de leitos, os hospitais em péssimas condições, entre outros — fazem com que o número de fatalidades seja altíssimo.
As estimativas da pesquisa sugerem que o novo coronavírus se espalhará de forma lenta pela África, com menos casos severos do que nos Estados Unidos ou na Europa. Por outro lado, o continente pode sofrer com o SARS-CoV-2 por mais tempo do que outras regiões — segundo os pesquisadores, pode levar anos para que a disseminação do vírus cesse no continente.
Todos os países africanos já registraram casos de Covid-19. No estudo mencionado, consta que, nos primeiros doze meses da pandemia, 22% dos indivíduos que vivem na região africana (que soma um bilhão de pessoas) contrairão a doença, e até 44 milhões apresentarão sintomas.
Alguns dos países mais afetados, segundo a pesquisa, serão a África do Sul e Camarões. Por causa da pandemia, os cientistas estimam que até 5,5 milhões de indivíduos precisarão buscar ajuda em hospitais.
A demanda por cuidados médicos pode contribuir para a disseminação de outros vírus e bactérias entre os internados, como a tuberculose. Além disso, as porções mais pobres sofrerão com a falta de recursos médicos.