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Predadores jurássicos podem ter sido carniceiros, aponta pesquisa

Modelo sugere que habito necrófago era mais eficiente energeticamente que caçar presas

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 nov 2023, 09h30

Os modelos computacionais têm evoluído cada vez mais para simular, virtualmente, ambientes e possibilidades do mundo real. O poder dessas ferramentas é tamanho que elas têm sido exploradas em diversas áreas do conhecimento. Agora, foi a vez de utilizá-las na paleontologia e o resultado foi curioso. De acordo com um desses algoritmos, os predadores jurássicos mais famosos podem ter evoluído para dar preferência aos hábitos necrófagos, em detrimento da caça. 

Os dinossauros dominaram a cadeia alimentar por milhões de anos, de maneira que diversas espécies diferentes tiveram chance de prosperar. Os gigantes alossauros estavam entre os principais carnívoros e costumavam caçar estegossauros, um gênero de herbívoros. No entanto, no mesmo período, muitos saurópodes ocupavam o mesmo ambiente. De acordo com a análise, pode ter sido mais eficiente alossauros se alimentar das carcaças dos gigantes saurópodes, do que continuar caçando estegossauros. 

“Mesmo quando presas caçáveis estavam disponíveis, a pressão seletiva favorecia os necrófagos, enquanto os predadores sofriam de menor aptidão evolutiva”, afirmam os autores do artigo publicado no periódico científico PLOS ONE. “Então, achamos que os alossauros provavelmente esperaram até que um bando de saurópodes morresse na estação seca, se aproveitavam de suas carcaças, armazenavam a gordura em suas caudas e depois esperavam até a próxima estação para repetir o processo.”

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ALOSSAURO – Esqueleto: representação mostra cena de caça (Project Gutenberg/Domínio Público)

Os resultados parecem ainda mais prováveis quando se olha para o tamanho desses animais. Ainda de acordo com os autores, um único saurópode seria capaz de fornecer calorias para sustentar cerca de 25 alossauros por meses ou semanas, enquanto caçar estegossauros poderia ser mais perigoso e dispendioso, energeticamente falando. 

O artigo ressalta que o modelo computacional faz uma simplificação exagerada do ecossistema e que, portanto, o resultado pode estar equivocado. Agora, a mesma hipótese precisa ser melhor investigada e testada levando mais fatores ambientais em consideração. Contudo, não é exagerado dizer que a conformação sugerida pela nova teoria seria, no mínimo, interessante evolutivamente para esses animais. 

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