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Planeta é achado girando ‘de lado’ ao redor de duas estrelas e intriga cientistas

Descoberta inédita feita com telescópios do Chile comprova que órbitas perpendiculares são possíveis e revela uma nova forma de planetas se formarem no cosmos

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 abr 2025, 16h35 - Publicado em 16 abr 2025, 16h00

Astrônomos encontraram, pela primeira vez, um planeta que orbita de forma perpendicular um par de estrelas — como se estivesse girando “de lado”, a 90 graus em relação ao plano onde as estrelas se movimentam. A descoberta foi feita com o telescópio Very Large Telescope (VLT), no Chile, e publicada nesta quarta-feira, 16, na revista Science Advances. O exoplaneta foi batizado de 2M1510 (AB) b.

O mais curioso é que esse planeta não gira ao redor de estrelas comuns, como o Sol, mas sim de duas anãs marrons — astros maiores do que planetas gigantes como Júpiter, mas pequenos demais para serem considerados estrelas de fato. Esse sistema duplo, chamado 2M1510, é raro: é apenas o segundo par de anãs marrons eclipsantes já encontrado, e o único com um planeta em órbita nesse ângulo inusitado.

Segundo os pesquisadores, esse tipo de órbita “de pé” já era prevista em teoria, mas até agora não havia nenhuma evidência concreta de que poderia realmente existir.

Como foi possível encontrar?

O planeta foi detectado por acaso, quando os cientistas observavam as anãs marrons para refinar seus dados orbitais. Eles perceberam que havia perturbações estranhas na forma como os dois astros se moviam, como se algo estivesse “puxando” ou “empurrando” o sistema. A explicação mais consistente era a presença de um planeta em órbita polar — ou seja, girando em um plano perpendicular ao das estrelas.

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Essa órbita é estável e possível, mas foge completamente do padrão. “Foi uma grande surpresa”, disse o pesquisador Thomas Baycroft, da Universidade de Birmingham, que lidera o estudo. “As observações nem sequer tinham esse objetivo, o que torna tudo ainda mais empolgante.”

 

Uma nova forma de nascer

A descoberta sugere que planetas podem se formar mesmo em configurações extremas, como em sistemas com dois sóis e órbitas incomuns. Isso pode mudar a forma como os astrônomos entendem o nascimento dos planetas — e indica que o universo pode abrigar uma diversidade ainda maior de mundos do que se imaginava.

No futuro, os pesquisadores esperam encontrar outros planetas semelhantes, agora que sabem o que procurar. Para a equipe, o achado mostra como o universo ainda guarda surpresas que desafiam até mesmo as teorias mais bem estabelecidas da astronomia.

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