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Pesquisadores podem ter encontrado primeira lua fora do sistema solar

Astrônomos norte-americanos identificaram um satélite gasoso do tamanho de Netuno a quase 10 mil anos-luz da Terra

Por Sabrina Brito 4 out 2018, 14h46

Um estudo liderado por cientistas da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, pode ter encontrado a primeira lua fora do nosso Sistema Solar de que temos conhecimento. Publicada na revista Science Advances, a pesquisa apontou a existência de uma exolua (satélite lunar que orbita um astro em outros sistemas) gasosa correspondente a um enorme planeta também composto por gás a 8 mil anos-luz da Terra.

Por meio de observações com os telescópios Hubble e Kepler, da NASA, os pesquisadores localizaram o corpo ao notar um desvio incomum da luz enquanto investigavam a estrela Kepler 1625b, um dos 284 planetas analisados no estudo. Dando sequência à avaliação inicial, os astrônomos exploraram a trajetória do gigante gasoso por 19 horas. Mais de três horas depois do término dessa averiguação, foi notada uma diminuição no brilho do planeta que se mostrou consistente com a existência de uma lua.

Outra pista que os astrofísicos encontraram foi o fato de que o trânsito do corpo começou mais de uma hora antes do previsto, o que costuma acontecer quando o centro de gravidade de um satélite lunar e de uma estrela coincidem, mudando também a localização calculada de ambos.

Exoluas são muito difíceis de se achar, sobretudo pelo tamanho reduzido quando em comparação ao planeta que acompanham. Além disso, o sinal que emitem é fraco e elas possuem tempos inconstantes de movimentação. No entanto, como a lua de Kepler 1625b é anormalmente grande (aproximadamente do mesmo tamanho de Netuno), foi mais simples identificá-la. Ainda assim, sua massa não deve passar de 1,5% da do corpo celeste (que, por sua vez, é muito mais pesado que Júpiter, o maior de nosso Sistema Solar), em uma proporção parecida com a da Terra e seu satélite.

De acordo com os cientistas envolvidos no estudo, a descoberta pode ser essencial para dar pistas acerca do desenvolvimento de planetas e pode até mesmo fazer a comunidade acadêmica rever suas teorias sobre a formação das luas. Contudo, mais investigações serão feitas antes que se possa confirmar a existência de uma lua tão distante de nós.

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